O presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, senador José Maranhão (PMDB-PB), fez as contas e afirmou nesta segunda-feira 7, que, ao contrário do que planeja o governo, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) terá de ser afetado pelos cortes de R$ 20 bilhões para compensar o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "O PAC tem de dar sua contribuição", afirmou. Na quinta-feira passada, um assessor do Planalto confirmou ao estadao.com.br que tanto o PAC como o Bolsa-Família são prioridades em 2008 e seriam preservados dos cortes para compensar a perda da CPMF.Não há hipótese de cortes nas áreas de programas sociais. O governo terá que reduzir gastos em outras áreas. O PAC é a marca do segundo mandato Lula". Veja Também: Governo não deve ter problemas com IOF e CSLL, diz Bernardo Jucá admite quebra de acordo com oposição sobre imposto DEM começa ofensiva e entra com ação no STF contra IOF Governo cortará emendas de bancadas e de comissões, diz Jucá Bolsa-Família e PAC não sofrerão cortes para compensar CPMF Maranhão chega nesta terça a Brasília e deverá reunir-se com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e o relator do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE). Segundo o presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, "se for seguido o raciocínio do governo" de não mexer no PAC, "o cobertor fica muito curto". Para sustentar a posição, Maranhão diz que o PAC tem R$ 80 bilhões, que seria valor grande o suficiente para ser cortado. Na prática, R$ 62 bilhões dessa quantia fazem parte do orçamento das estatais, que não podem ser cortados pelo Legislativo - o valor do PAC que faz parte, efetivamente, do Orçamento da União é de R$ 18 bilhões, ainda assim, elevado a ponto de ser cortado. Ele afirmou que, "sem dúvida", as emendas individuais de deputados e senadores serão preservadas e não terão cortes, que recairão sobre as emendas coletivas, de bancadas e de comissões da Câmara e do Senado. Com isso, haverá mais condições políticas de aprovação do Orçamento, pois deputados e senadores manteriam as emendas, que são os instrumentos por meio dos quais conseguem direcionar recursos da União para os redutos eleitorais.