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José Dirceu defende reformas em convenção do PV

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de ter sido vaiado por servidores públicos na Assembléia Legislativa de São Paulo, na semana passada, ao defender a reforma da Previdência, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, recebeu aplausos dos militantes do Partido Verde. Dirceu afirmou que as reformas da Previdência e tributária são necessárias para dar ao País mais fôlego para investir em infra-estrutura e retomar o crescimento. "Sem isso, não vamos desenvolver nos próximos dez anos", disse. "A hora é de investir em infra-estrutura porque, quando o Brasil voltar a crescer, vão faltar aço, ferrovia, energia, portos." Esse tipo de investimento, prosseguiu, é que vai gerar emprego. Durante a convenção do PV, José Dirceu disse que os partidos que integram a base aliada devem estar unidos nas eleições de 2004, para que saiam fortalecidos das urnas elegendo o maior número possível de prefeitos e vereadores. "Partido sem diretório municipal não é partido", disse ele, ao defender a necessidade de se conseguir o maior número de vagas nas Câmara de Vereadores e prefeituras. "Porque quando se tem de enfrentar crises e reviravoltas na política, o que conta é o filiado, o militante, o vereador e o prefeito", afirmou, no que foi interpretado como uma referência às dificuldades vividas pelo próprio PT. "2004 tem de ser um marco de fortalecimento dos partidos no Brasil." Aos dirigentes do PV, o ministro apresentou argumentos para a manutenção da aliança com o PV. "Temos as mesmas raízes sociais, as mesmas identidades e, por isso, é muito importante que o PV se consolide como partido, não só do ponto de vista eleitoral", disse ele, sinalizando que está ao lado dos verdes na tentativa de conseguir garantir uma estrutura administrativa na Câmara, com a criação de uma liderança partidária. Dirceu salientou ainda que o PT e o PV têm um longo caminho a percorrer, principalmente em relação a questões de meio ambiente. "Temos muitas batalhas duras a serem enfrentadas"", afirmou, acrescentando que o Brasil e o PT precisam do PV. Em seguida, pediu apoio para a votação das reformas tributária e da Previdência. O bom humor dominou o encontro. Os integrantes do PV reagiram bem até mesmo quando Dirceu cometeu uma gafe e confundiu o cargo de Juca Ferreira, eleito vice-presidente do partido - e que, no governo federal, ocupa o cargo de secretário-executivo do Ministério da Cultura. Dirceu se referiu a ele como "vice-ministro do Meio Ambiente" e comentou que ele já deveria ter conversado com o partido sobre problemas da área do meio ambiente e de seus desafios. Alertado para o engano, o ministro brincou e afirmou que, quem sabe, falaria com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que Juca virasse secretário-executivo dela. Dirceu não quis comentar se havia algum temor no governo de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa ser vaiado, como ele foi, ao comparecer na terça-feira à abertura do 8.º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo. Será a primeira vez que um presidente da República participará de um evento da CUT.

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