José Aníbal faz defesa de Alckmin e diz que 'gestor se contrata'

Sem citar nomes, ex-senador do PSDB critica discurso de rejeição à política

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

O ex-senador José Aníbal (PSDB) discordou nesta quinta-feira, 11, das análises que dão favoritismo a novos personagens da política nas eleições do ano que vem e, embora sem citar nomes, criticou o discurso de rejeição à política e exaltação das qualidades de gestão que marcou a campanha de João Doria (PSDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo.

O ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) é presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço teórico da legenda Foto: Werther Santana/Estadão

"Gestor se contrata", afirmou Aníbal em entrevista dada após participação em congresso da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), na capital paulista. Questionado se via em Doria uma sombra ao lançamento do governador Geraldo Alckmin como candidato do PSDB à corrida pelo Palácio do Planalto, respondeu que não enxerga a situação dessa forma e destacou que as principais lideranças da sigla seguem "ativas", citando também os senadores tucanos José Serra e Aécio Neves. "O PSDB tem muita gente competente em diagnosticar e propor soluções (ao País)", afirmou Aníbal. Tanto Serra quanto Aécio são alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal na Lava Jato. Quanto a Alckmin, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) avalia a possibilidade de abrir investigação sobre suspeitas de recebimento de R$ 10,7 milhões em caixa 2 da Odebrecht. Mais cedo, ao participar de debate sobre política e retomada do crescimento, o ex-senador rebateu a necessidade de se lançar "caras novas" nas eleições do ano que vem. "E se o Alckmin for nosso candidato? Acredito que ele pode ser e ele tem chance." O comentário foi uma reação à análise feita pouco antes pelo diretor da consultoria de análise de risco político Eurasia, João Augusto de Castro Neves, para quem novos personagens podem vencer as eleições do ano que vem, tendo em vista que Lava Jato tirou viabilidade eleitoral de políticos tradicionais. "Quando digo cara nova não é necessariamente um outsider (alguém de fora da política), mas também os partidos tradicionais se renovarem", esclareceu Neves, após o comentário feito pelo ex-senador. Aníbal garantiu que seu partido terá protagonismo nas eleições do ano que vem e que vai disputar "para ganhar". Para ele, é pouco provável o presidente Michel Temer (PMDB) voltar atrás e lançar candidatura. Da mesma forma, o tucano disse não acreditar que o processo eleitoral de 2018 seja fundado no populismo ou no "salvacionismo". Aníbal defendeu ainda durante o evento a agenda de reformas anunciada por Temer. A jornalistas, disse que, se necessário, o PSDB pode fechar questão sobre a aprovação da reforma da Previdência. "O PSDB, independente de qualquer outro partido, tem obrigação de fechar questão nessa matéria. Tentamos trabalhar isso há 21 anos".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.