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Jornalistas ocupam jornal de Lessa em Alagoas

Tribuna de Alagoas está sem pagar funcionários desde dezembro de 2006

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 50 funcionários do jornal Tribuna de Alagoas ocuparam, na manhã desta segunda-feira, a empresa que pertence ao ex-governador Ronaldo Lessa, atual presidente do diretório regional do PDT no Estado. Os jornalistas e demais funcionários exigem o pagamento de salários atrasados e uma definição sobre o futuro da empresa, que está sem pagar aos profissionais desde dezembro de 2006. O jornal é uma dos mais tradicionais do Estado, atua desde 1979, e já enfrentou diversas crises e passou pelas mãos das principais forças políticas do Estado. Atualmente está há 70 dias sem funcionar, devido ao não pagamento dos salários do jornalistas, gráficos e funcionários do setor administrativo da empresa. Segundo diretor financeiro do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Valdi Júnior, a ocupação visa pressionar a atual diretoria sobre a possibilidade de se firmar um novo convênio que viabilize financeiramente a empresa. "Se a direção da empresa não pagar pelos menos as folhas de dezembro e janeiro, como foi prometido, até amanhã, vamos radicalizar o movimento", avisou o sindicalista. Uma das medidas que pode ser tomada pelo Sindicato é a execução do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela empresa na Procuradoria Regional do Trabalho (PRT). "De acordo com o TAC, a direção da Tribuna deveria pagar os salários de dezembro e janeiro até o dia 13 de março, mas até agora a empresa não cumpriu o acordo e vem empurrando o problema com a barriga", destacou Valdi. Donos políticos Ainda de acordo com o sindicato, um novo grupo estaria interessado em assumir a empresa, atualmente administrada pelo empresário Geraldo Lessa, irmão de Ronaldo Lessa (PDT). Além do ex-governador, até o final do ano passado, a Tribuna tinha como um dos "arrendatários" o empresário Robert Lyra, filho do usineiro Carlos Lyra, que é um dos homens mais ricos de Alagoas. Curiosamente, a Tribuna foi reaberta, no início da década de 90, pelo finado empresário Paulo César Farias (PC Farias), então do ex-presidente Fernando Collor, que nas eleições de 2006 derrotou Ronaldo Lessa na disputa pela vaga de Alagoas no Senado. O jornal foi o pivô da briga de PC com Pedro Collor, que resultou no processo de impeachment, após uma série de denúncia contra o ex-presidente. Antes de ser reaberto por PC Farias, a Tribuna já pertenceu ao então senador Teotônio Vilela (PSDB). O jornal também foi administrado pelo deputado federal Augusto Farias (PP) e pelo empresário Elionaldo Magalhães, ex-superintendente da Sudene, no governo Collor.

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