Jornalismo e lutas

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Por Redação
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1892 Nasce, no bairro da Liberdade, em São Paulo, no dia 14 de fevereiro. Cursa o primário na escola pública Caetano de Campos. Mais tarde prossegue os estudos em Portugal e na Suíça. Ingressa em 1911 na Faculdade de Direito do Largo São Francisco 1915 Ainda estudante de direito, começa a trabalhar no Estadinho - nome dado à edição vespertina do Estado. Entusiasma-se com a campanha da Liga Nacionalista, liderada por Olavo Bilac, que defendia o fortalecimento cívico e o serviço militar obrigatório 1919 Na Bahia, acompanha Ruy Barbosa em campanha pela Presidência da República. Pela primeira vez seus textos são publicados no Estado. Admirador do estadista liberal, deu o nome dele a um de seus filhos, o atual diretor de Opinião do jornal, Ruy Mesquita 1921 Assume a secretaria de Redação do Estado. Apoia os movimentos tenentistas da década, a favor de reformas políticas. O nome do terceiro filho, Luiz Carlos, foi uma homenagem ao tenente Luiz Carlos Prestes, que admirou até ele se aliar a Getúlio Vargas 1927 Após a morte do pai, assume a direção do Estado, ao lado do irmão, Francisco Mesquita. Abre espaço para pesquisas e debates sobre educação e defende a criação de uma universidade em São Paulo. Em 1930 apoia a revolução que põe fim à República Velha 1932 Ajuda a articular a Revolução Constitucionalista - contra Vargas e a favor da convocação da Assembleia Constituinte. Participa do conflito armado. Derrotada a insurreição, é preso e deportado para Portugal, ao lado de outros líderes. Retorna em 1933 1934 O interventor em São Paulo, Armando Salles de Oliveira, assina o decreto de criação da USP. O decreto segue as propostas apresentadas pelo diretor do Estado, que vai buscar na Europa professores experientes para iniciar a empreitada 1937 O jornal se opõe ao Estado Novo, a ditadura de Vargas. Em represália, seus diretores são presos e exilados. Em 1940 a família Mesquita perde o controle do jornal para a ditadura, retomando-o em 1945. Esses cinco anos não são contados na história do Estado 1945 Lança, pela Livraria Martins Editora, o livro Ensaios Sul-Americanos, uma coletânea de ensaios históricos. Também são de sua autoria os livros A Crise Nacional (1925), A Europa Que Eu Vi (1945), Nordeste (1954) e Política e Cultura (1969) 1951 O jornal passa por notável período de crescimento e muda a sede para a Rua Major Quedinho, no centro da cidade. Cinco anos depois, em 1956, é criado o histórico Suplemento Literário, com projeto de Antonio Candido e direção de Décio de Almeida Prado. 1958 Para ampliar a área de ação da empresa, Julio e o irmão Francisco põem no ar a Rádio Eldorado. Oito anos depois, em 1966, surge o Jornal da Tarde. Sob direção de Ruy Mesquita, o jornal torna-se uma referência nacional, do ponto de vista editorial e gráfico 1960 Nas eleições presidenciais, apoia a candidatura de Jânio Quadros, contra o marechal Henrique Teixeira Lott. Seu objetivo era combater os herdeiros do varguismo. Logo após a vitória de Jânio, porém, rompeu com o presidente, que acabou renunciando 1964 O diretor do Estado apoia o movimento militar que depõe João Goulart. Para ele, trata-se de um contragolpe, pois estaria em curso um golpe contra a ordem constitucional. Mas no mesmo ano rompe com os militares, criticando os primeiros atos institucionais 1966 É eleito presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Critica o presidente, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, e prevê o endurecimento do regime militar. "É o império da força que por toda parte se vem impondo", escreve 1968 O "império da força", como previra, reduz ainda mais as liberdades democráticas e impõe ao País o AI- 5. No dia 13 de dezembro, o Estado é proibido de circular, por causa do editorial Instituições em Frangalhos, com críticas ao presidente Costa e Silva 1969 Morre, em São Paulo, no dia 12 de julho, desgostoso com os rumos políticos do País. O irmão Francisco morre quatro meses depois. Julio de Mesquita Neto assume a direção do Estado, já transformado no jornal mais importante da América Latina

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