Jornal "O Estado de S. Paulo" atinge a edição nº 40.000

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Por Agencia Estado
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O jornal O Estado de S. Paulo, que chega nesta quinta-feira à edição nº 40.000, lançou seu número 1 no dia 4 de janeiro de 1875, uma segunda-feira, com o nome de A Província de São Paulo, um diário de quatro páginas e 2.025 exemplares que sairia com esse nome até 31 de dezembro de 1889, um mês e meio após a queda da monarquia. Nasceu do ideal de um grupo de republicanos, dois anos depois da Convenção de Itu, mas se apresentou como um órgão independente, sem nenhum compromisso partidário. "A Redação aceita informações justas e autorizadas relativas a serviços públicos e desmandos da administração e governo", anunciava o cabeçalho, sob a responsabilidade dos redatores Américo de Campos e F. Rangel Pestana. Tipografia e escritório funcionavam na Rua de Palácio, n.º 14, antiga Rua das Casinhas, onde é hoje a Rua do Tesouro, esquina com Álvares Penteado, no centro velho. São Paulo tinha então 2.992 prédios e cerca de 20 mil habitantes. Era considerada uma cidade grande, embora se limitasse à área atualmente compreendida entre o Brás e a Praça da República. Nos arredores, chácaras e fazendas. A Província logo se diferenciou no mercado. Barrete branco na cabeça, uma buzina na mão e um maço de jornais debaixo do braço, o francês Bernard Gregoire saía a cavalo pelas ruas da cidade anunciando as notícias do dia. Foi um escândalo. Os jornais concorrentes - O Ipiranga, Correio Paulistano, Diário de S. Paulo - ridicularizaram a imagem do jornaleiro (mais tarde incorporada ao ex-libris do jornal), mas a inovação da venda avulsa foi um sucesso. Em seus 129 anos de existência - 124 de vida independente - o Estado publicou cerca de 2,2 milhões de páginas, que podem ser consultadas nos volumes encadernados e também em microfilmes. O trabalho de microfilmagem vem sendo feito em convênio com a Biblioteca Nacional, que coloca cópias à disposição da rede de bibliotecas públicas do País. O jornal é publicado todos os dias da semana, desde 27 de outubro de 1991, quando se retomou a edição da segunda-feira. Iniciada em 21 de outubro de 1889 - até então, só saíra nesse dia, excepcionalmente, o número de lançamento de A Província de São Paulo - ela havia sido interrompida em 12 julho de 1927 porque uma lei municipal proibiu o trabalho aos domingos. Raras vezes, o jornal deixou de circular, e foi sempre por breves períodos. De 17 a 25 de abril de 1877, por exemplo, quando parou as máquinas para ampliar suas instalações em novo endereço. A interrupção mais longa - traumática e por motivos alheios à direção - ocorreu em 25 de março de 1940, com a ocupação do Estado pela polícia da ditadura de Getúlio Vargas. Durante o regime militar, que censurou a imprensa entre dezembro de 1968 e janeiro de 1975, o Estado foi apreendido várias vezes nas bancas, mas não deixou de circular. Julio de Mesquita Neto denunciou as arbitrariedades da ditadura na Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e em outros fóruns internacionais. Júlio Neto - que morreria em junho de 1996, quando Ruy Mesquita passou a ocupar o cargo de diretor- responsável - ganhou, em 1969, o Prêmio Pena de Ouro, concedido pela Federação Internacional dos Editores de Jornais a quem se destaca na defesa da liberdade de imprensa. O Estado já era considerado então, um dos maiores, mais importantes e mais respeitados jornais do mundo.

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