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Jornais internacionais destacam fala em que Bolsonaro nega devastação da Amazônia

Antes da fala, a publicação 'The Guardian' antecipou que o presidente brasileiro pretendia desfazer a imagem de inimigo de populações indígenas e governante pró-desmatamento

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Por Redação
Atualização:

DE SÃO PAULO - O jornal inglês The Guardian, e a publicação americana The New York Times e o jornal francês Le Monde destacaram a fala em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, negou, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, que a floresta amazônica esteja sendo devastada. Tanto o Guardian e o Le Monde acrescentaram a informação de que as alegações de Bolsonaro são falsas.

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"Ela não está sendo devastada e nem consumida pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia", disse Bolsonaro durante sua fala. O jornal francês afirmou que o presidente "repetiu inverdades óbvias sobre a Amazônia". O jornal inglês informou que Bolsonaro tratou dos fogos na região, "que ele descreveu falsamente como uma região 'praticamente intocada'".

O Guardian também destacou o trecho em que Bolsonaro defende que não se esqueça que "o mundo necessita ser alimentado".

Jair Bolsonaro durante a 74ª Assembleia-Geral das Nações Unidas Foto: Johannes EISELE / AFP

"A França e a Alemanha, por exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para aprodução de alimentos. 61% do nosso território é preservado!", discursou o presidente.

O correspondente do Guardian na América Latina, Tom Phillips, criticou a fala. "Bolsonaro ofereceu um instantâneo da administração introvertida, obcecada por conspiração e profundamente arrogante que agora governa a maior democracia do mundo", escreveu.

Segundo o jornalista, alguns dos presentes nutriam a expectativa de que o presidente adotasse um tom mais conciliatório ao se dirigir aos líderes mundiais. "Mas em segundos ficou claro que eles ficariam desapontados", acrescentou.

Antes da fala de Bolsonaro, Phillips havia antecipado que o presidente brasileiro pretendia desfazer a imagem de inimigo de populações indígenas e pró-desmatamento. O jornal salientou que ele convidou a indígena Ysany Kalapalo para acompanhá-lo ao evento.

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Sobre a estratégia, a publicação ouviu a líder indígena Sônia Guajajara, que foi vice de Guilherme Boulos na chapa presidencial do PSOL em 2014. Ela negou que Bolsonaro seja aliado da Amazônia. "Isso é uma tentativa de enganar o mundo", disse ela à publicação.

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