Jorge Viana teria tentado barrar investigação no Acre

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Por AE
Atualização:

Senador eleito pelo Acre e cotado para ser ministro em um eventual governo Dilma Rousseff, Jorge Viana (PT) tentou barrar uma investigação de suspeita de compra de voto pelo Ministério Público (MP). Para isso, valeu-se da amizade com a juíza eleitoral Arnete Guimarães, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado. Denúncia anônima levou a Polícia Federal (PF) a apreender documentos e computadores no comitê de campanha e na casa de Jorge Viana, irmão do governador eleito, Tião Viana (PT), em Rio Branco. De acordo com investigadores, havia nos computadores listas com nomes, números de títulos eleitorais e respectivas seções em que esses eleitores votariam. A suspeita é de que essas informações serviriam para compra de votos. Ao saber da operação, na véspera do primeiro turno, conforme investigadores, Jorge Viana telefonou para a juíza pedindo ajuda para reaver os computadores e impedir que a PF analisasse os dados. A conversa foi gravada com autorização judicial. Os dois combinaram de se encontrar no apartamento de Dolores Nieto, mulher de Jorge Viana, para conversarem sobre o caso. Enquanto isso, seus advogados protocolavam três pedidos de liminar no TRE. Era uma estratégia para garantir que um deles fosse distribuído para Arnete Guimarães. Como os processos tratavam do mesmo assunto, a secretaria da corte uniu todos os pedidos em um só. Mas no sorteio do relator Jorge Viana deu sorte: todos os pedidos acabaram sendo destinados ao gabinete de Arnete. Aproximadamente meia hora depois de encontrar-se com Jorge Viana, a juíza determinou, em caráter liminar, que os computadores fossem devolvidos imediatamente e as provas obtidas pela PF fossem destruídas. O MP recorreu da decisão e, ao mesmo tempo, questionou a suspeição de Arnete no caso. A juíza permaneceu na relatoria do processo até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedisse informações sobre as relações entre ela e Viana ao TRE do Acre. Quando o TSE entrou no caso, a juíza decidiu então se declarar suspeita. Com ela fora do processo, o TRE reformou a decisão. A Polícia Federal não precisava destruir as provas obtidas. Essas informações estão sendo periciadas pela PF e as conclusões serão remetidas ao Ministério Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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