Jobim prevê instalação de Conselho de Defesa ainda este ano

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Por Redação
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O Conselho Sul-Americano de Defesa poderia ser instalado no fim do ano como parte da integração da região e para isso não é necessária a permissão dos Estados Unidos, disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim na segunda-feira. Em declarações feitas logo depois de uma reunião de várias horas com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, Jobim disse que a América do Sul não vive uma corrida armamentista e que o Conselho não tem a intenção de ser operacional. "Acho que o Conselho tem condições de ser instalado até o final deste ano", explicou Jobim a jornalistas após a reunião com Chávez. O ministro também afirmou que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) deve desenvolver-se com grande presença com o Conselho de Defesa. A proposta brasileira surgiu após a recente crise entre Quito e Bogotá, provocada pela incursão colombiana em território equatoriano para atacar um importante acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Jobim disse que o Conselho pode se cristalizar em poucos meses depois de uma cúpula da Unasul prevista para o fim de maio. Ele acrescentou que já houve negociações com países como Argentina, Bolívia, Chile e Equador. Questionado se o Conselho pode ser uma espécie de Otan da região, como sugeriu Chávez, Jobim explicou que "a colaboração no Conselho não é a formação de uma aliança militar clássica, não há nenhuma pretensão operacional". "A questão armamentista é um equívoco, não há nenhuma corrida armamentista na América do Sul. Não há nada disso", enfatizou. O ministro também defendeu o direito da região de criar o organismo de defesa sem a presença nem o consentimento de Washington. "Se é um Conselho Sul-Americano, aqui não há os Estados Unidos... Não temos nenhuma obrigação de pedir licença aos Estados Unidos para fazer isso", disse Jobim ao explicar que esteve nos EUA recentemente para explicar os planos de criação do Conselho para autoridades daquele país. Recentemente, o ministro disse que o Brasil pretende ocupar determinados nichos do mercado béico regional, exportando produtos como blindados, pistolas, munições e um avião mediano de transporte militar fabricado pela Embraer . (Por Ana Isabel Martínez)

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