Jobim pede 'olhar para frente' em disputa sobre anistia

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Por Tania Monteiro
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, aproveitou hoje o discurso de lançamento da Frente Parlamentar da Defesa, no Clube Naval, para mandar um recado nas entrelinhas aos ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi. Os dois insistem em discutir a abrangência da Lei de Anistia, ao darem declarações de que ela não contempla pessoas que praticaram crimes de tortura durante o regime militar, por considerarem estes crimes imprescritíveis. Para Jobim, o momento é de "olhar para a frente", esquecendo o passado, e prova disso é a criação desta frente multipartidária, pela Defesa Nacional, reunindo pessoas de todas as tendências políticas. Para mostrar a necessidade de se "olhar para a frente", em defesa de causas maiores, o ministro Jobim, sem citar o nome de Vanucchi e de Tarso, afirmou que estavam sentados na mesa, lançando uma frente parlamentar pela Defesa, por exemplo, o deputado José Genoino (PT-SP), que foi vítima do regime militar. Ao elogiar os militares e a disposição deles de servir ao País, Jobim lembrou o deputado Ulysses Guimarães, que dizia que "em política não se fura fila e, quem fura fila, sabe o que acontece lá adiante". "Esta é uma frente multipartidária, onde se encontram parlamentares de esquerda e de direita, numa linguagem hoje não significativa no Brasil. Uma frente onde se encontra alguém que foi preso pelas Forças Armadas no período militar. Frente parlamentar em que se encontram os que falavam e afirmavam a necessidade daqueles atos. Não estamos falando com o passado. Estamos na busca do grande ajuste de contas do Brasil com o seu futuro".

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