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Jobim envia laudo à CPI e Felix desiste de depor amanhã

Documento comprovaria que parte dos equipamentos da Abin seria capaz de fazer interceptações telefônicas

Por Eugênia Lopes
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, enviou nesta terça-feira, 23, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos o laudo elaborado por engenheiros do Exército que comprovaria que parte do arsenal de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) seria capaz de fazer interceptações telefônicas. O laudo faria, no entanto, uma ressalva de que os aparelhos devem ser acoplados a outros, o que foi noticiado na edição de 5 de setembro no jornal O Estado de S. Paulo. Com o envio do laudo, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Felix, desistiu de depor na quarta-feira, 24, na CPI dos Grampos. Veja Também: Grampos: Entenda a crise Grampo atribuído à Abin gera disputa no governo, diz ItagibaCPI quer chamar Unicamp para fazer nova perícia A Abin é subordinada ao GSI. Em ofício enviado à comissão, o general solicitou o adiamento de seu depoimento sob o argumento de que existem perícias em andamento nos equipamentos da Abin. Ele pediu que fosse marcada uma nova data. Além do laudo do Exército, o ministro Jobim encaminhou à comissão a lista de equipamentos comprados para a Abin por meio da Comissão de Compras do Exército em Washington (EUA). Segundo assessores da CPI dos Grampos, o ministro enviou a lista apenas do ano de 2005. Na semana passada, ao depor na comissão, Jobim prometeu mandar a relação de todos equipamentos comprados para a Agência pela Comissão nos últimos quatro anos. Na semana passada, perícia da Polícia Federal em 16 equipamentos da Abin concluiu que os aparelhos analisados não poderiam ter grampeado a conversa telefônica entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. O laudo da PF revelou, no entanto, que a Abin tem equipamentos para fazer escuta ambiental e grampo telefônico analógico.

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