PUBLICIDADE

Jobim diz que ministro precisa seguir programa do partido

Ex-ministro criticou o fato do governo criar projetos e apresentar para os aliados apoiarem, e disse que a discussão dos projetos deve ser feita previamente

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e candidato à presidência do PMDB, Nelson Jobim, disse nesta sexta-feira, em Curitiba, que qualquer possível peemedebista que venha a ser escolhido para compor o ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá "executar as políticas do partido e do governo". Segundo ele, como o PMDB ainda não tem um programa nacional, quem for chamado ao ministério precisará obedecer ao programa prévio, que é o da coalizão que ajudou a eleger Lula. "O desenvolvimento do programa do partido será feito em cima do programa da coalizão", acentuou. Ele garantiu não estar participando de conversas sobre o ministério. Jobim veio a Curitiba para se reunir com as lideranças regionais e fazer campanha para as eleições que acontecem no dia 11. O Paraná tem 66 dos 564 delegados. Apesar de reafirmar a participação do PMDB na coalizão que dá sustentação ao presidente da República, Jobim reclamou da forma como o governo federal tem agido, pedindo que a relação seja "transparente e horizontal". "O governo tem apresentado projetos, elaborado projetos internamente, e depois chama os partidos da base, da coalizão, para que eles apóiem esses projetos", acentuou. "Essa equação tem que ser alterada. A discussão do programa precisa ser feita previamente com o partido." No entanto, reconheceu que, no caso do PMDB, o presidente não tinha muita escolha. "Não tem com quem conversar", criticou. "É possível que pudesse chamar o PMDB para discutir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)? Não tem ninguém para conversar, porque não há uma posição do partido, logo não há autoridade." Perguntado se ainda seria possível haver uma composição com o presidente atual e seu concorrente, deputado federal Michel Temer, ele foi sintético: "De minha parte, só é possível se mantida a minha candidatura como presidente."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.