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Jobim depõe amanhã na CPI dos Grampos

Comissão espera que ministro leve laudo sobre equipamentos da Abin

Por Eugênia Lopes
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou seu depoimento amanhã à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos. Jobim, que deveria ter ido à comissão na semana passada, foi convocado depois de afirmar que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) possui equipamento que permite fazer interceptações telefônicas. "É importante que ele vá à comissão e apresente provas do que disse", afirmou ontem o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Itagiba espera que Jobim apresente oficialmente à CPI dos Grampos o laudo feito por engenheiros e técnicos do Ministério do Exército nos equipamentos da Abin. O laudo já foi entregue ao Palácio do Planalto e afirma que os dois equipamentos da Abin periciados pelo Exército são capazes de fazer escutas, desde que acoplados a outros aparelhos. O diretor afastado da Abin, delegado Paulo Lacerda, garante que o equipamento é usado apenas para verificar a existência ou não de grampos. Jobim confirmou sua presença na CPI ontem pela manhã. Na semana passada ele adiou seu depoimento sob a alegação de que havia sido "convocado" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhá-lo na viagem ao Amazonas. Há três semanas, Jobim e o chefe de Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Jorge Félix, protagonizaram um bate-boca sobre aparelhos de grampo quando foi divulgada conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A Abin é subordinada ao general Félix. Depois de declarações contraditórias durante depoimentos prestados ao Congresso na semana passada, a Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional chamou novamente para depor amanhã o general Félix, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, o delegado Paulo Lacerda e o diretor afastado de Contra-Espionagem da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto. Francisco Ambrósio do Nascimento, ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) e suspeito de fazer escutas ilegais, entrou na sexta-feira com dois pedidos de habeas corpus preventivos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a CPI e a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. O objetivo é livrar o ex-agente - que nega irregularidades - do risco de ser preso ao prestar depoimento nessas comissões. Até ontem o STF ainda não havia julgado os pedidos.

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