O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta sexta-feira que os governos brasileiro e haitiano já estão preocupados com o contínuo envio de alimentos ao Haiti, atingido por um forte terremoto em janeiro, e defendeu que o ideal neste momento são doações em dinheiro. Durante encontro em Brasília com o subsecretário para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Willian Burns, Jobim disse que as doações de produtos estrangeiros restringem o mercado local e desestimulam a produção de alimentos pelos próprios haitianos. "Por isso o governo brasileiro priorizará a ajuda em dinheiro e estimulará a produção local com assistência técnica", disse Jobim segundo comunicado do Ministério da Defesa. O governo brasileiro já se comprometeu com uma ajuda de 375 milhões de reais. Durante encontro bilateral, Jobim e Burns focaram as ações dos dois países no Haiti. Jobim também falou sobre o projeto de construção de uma hidrelétrica. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no programa "Café com o Presidente" que o Brasil vai cooperar na construção da obra para ajudar nas atividades de irrigação, de geração de energia e no desenvolvimento da agricultura. Jobim visitou o Haiti na quinta-feira acompanhando Lula. O presidente afirmou que a Cúpula das Américas e do Caribe discutiu, durante encontro no México nesta semana, uma doação de 100 milhões de dólares ao Haiti. O Brasil lidera a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, conhecida como Minustah, que tem um contingente de aproximadamente 9.000 pessoas, sendo 7.000 militares.