Jobim: decisão sobre compra de caças sai até dia 19/12

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Por SABRINA VALLE
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem à noite que a transferência de tecnologia será o principal fator na decisão do governo sobre a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) e comentou que a França tem "muito mais credibilidade" neste quesito. Segundo ele, a escolha política entre um dos concorrentes de França, Suécia e Estados Unidos para o contrato bilionário será anunciada até o dia 19 de dezembro.Os comentários foram feitos num evento da Câmara de Comércio Brasil-França no Rio, logo após Jobim ter conversado com a ministra de Economia da França, Christine Lagarde, durante um jantar em que os dois sentaram lado a lado. Ela veio ao Brasil especialmente para o evento, em que foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Prêmio Personalidade França-Brasil 2010. "Não é que (a transferência de tecnologia) pese, este é o fator principal. Não estamos comprando um avião, estamos comprando um pacote tecnológico, capacitação nacional e transferência de tecnologia", afirmou.Jobim aquiesceu quando questionado se a França teria vantagem em transferência tecnológica, mas lembrou que itens como preço também serão analisados. A opção pelo modelo francês Rafale foi alvo de críticas por causa de preço mais elevado do que o concorrente sueco Gripen e o americano F-18 Super Hornet, da Boeing. "Tem uma série de questões que têm que ser analisadas. O presidente é quem vai decidir, mas em termos de capacidade de transferência de tecnologia a França tem muito mais credibilidade".O ministro, porém, negou ter tocado no assunto com a ministra durante o jantar para centenas de empresários e convidados da câmara. "Conversamos sobre política internacional", negando também ter se encontrado no evento com representantes da francesa Dassault, fabricante do Rafale, que estavam na lista de convidados do evento para centenas de pessoas. "Não vi o pessoal do Rafale". A ministra, por sua vez, se restringiu a dizer que a França "fará tudo o que puder para ganhar" a concorrência.Segundo Jobim, Lula indicou que gostaria de ter uma reunião sobre o assunto na próxima semana ou na seguinte. O ministro fará uma apresentação sobre os concorrentes e a decisão será tomada por Lula em anuência com a presidente eleita Dilma Rousseff. De acordo com o ministro, a decisão é política, mas terá consequências comerciais que ficarão para o próximo governo. "A rigor o ano brasileiro termina no dia 19 de dezembro, depois começam os recessos. Então a decisão política tem que ser tomada até o dia 19".

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