Jobim cobra definição sobre transferência de tecnologia

Encomenda vale cerca de US$ 7,5 bilhões, envolve 36 supersônicos e vai crescer até cerca de 120 caças

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Por AE
Atualização:

Começa hoje a fase final e definitiva do programa F-X2, para escolha do novo caça avançado da Força Aérea. O pacote de informações suplementares solicitadas pelo governo aos finalistas, esperado para hoje no Ministério da Defesa, em Brasília, tem grande chance de ganhar novo prazo. O essencial, afirma o ministro Nelson Jobim, é que "sejam minuciosas e claras".

 

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Para Jobim, é preciso esclarecer o significado concreto de certas palavras, como "ilimitada", contida na oferta da França, e "necessária", presente na manifestação dos Estados Unidos, no ponto em que ambos os documentos tratam da transferência de tecnologia. No caso da Suécia, o ministro considera que não está nítido o esquema que permitirá contornar restrições em relação aos sistemas fabricados nos EUA e utilizados no Gripen NG.

 

A encomenda vale cerca de US$ 7,5 bilhões, envolve 36 supersônicos e vai crescer até cerca de 120 caças, a meta de longo prazo da Aeronáutica. A Casa Branca participa como pode - e pode muito. O principal obstáculo na aquisição do F-18 E/F Super Hornet é a legislação referente à abertura dos conhecimentos sensíveis. Esse é um requisito da seleção F-X2.

 

Sob risco de desqualificação, a proposta da Boeing recebeu garantias diretas do Departamento de Estado e do presidente Barack Obama. No dia 13 de agosto, seu gabinete informou que o conjunto de leis referentes seria revisto. Há quatro dias, o secretário de imprensa, Robert Gibbs, revelou que a intenção é atualizar o procedimento, criado durante a Guerra Fria, nos idos de 1968, de forma a encarar desafios comerciais atuais. Não se falou do caso brasileiro. Nem era necessário: no dia 4, o congresso americano aprovou a entrega das tecnologias exigidas. Todavia, os oferecimentos da Dassault e da Saab continuariam sendo mais abrangentes.

 

Há duas semanas os fornecedores internacionais, a Boeing, americana, a Dassault, francesa, e a Saab, sueca, estão empenhados em melhorar cada uma das ofertas finais. A decisão, acredita um brigadeiro da Aeronáutica, depende agora apenas de avaliações estratégicas - para o oficial, toda a equação técnica está resolvida, considerado o fato de que os três aviões, o F-18 E/F, o Rafale-3 e o Gripen NG, podem assumir a missão operacional da Força, com variações de peculiaridades.

 

A posição mais delicada é a do consórcio Rafale International, que reúne as empresas fabricantes do caça francês. Depois do anúncio do dia 7, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou ao presidente Nicolas Sarkozy que a preferência era pelo jato de combate da Dassault, o favoritismo depende da confirmação do ajuste prometido pelo grupo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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