João Paulo discutirá mensalão nas eleições em Osasco

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Por Felipe Frazão
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Único dos 38 réus do mensalão a disputar as eleições municipais de outubro, o deputado João Paulo Cunha (PT) diz não querer esconder o principal escândalo do governo Lula de sua campanha a prefeito em Osasco, seu reduto político na Grande São Paulo. Ex-presidente da Câmara, João Paulo promete discutir nas ruas o processo que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal em agosto, no qual foi denunciado por corrupção, desvio de verba pública e lavagem de dinheiro. Quer fazer isso antes que a oposição o faça."Durante a campanha, a oposição não vai precisar falar do mensalão, porque eu vou falar. Ela pode ficar sossegada, porque vou na frente falando para a população o que foi o processo do mensalão", disse João Paulo à reportagem em seu escritório político de Osasco, na sexta-feira.No sábado, o deputado tocou veladamente no assunto ao discursar na convenção da coligação 100% Osasco, de PRTB, PT do B, PTC e PTN (quatro das quase 20 siglas que costuram apoio ao petista). "Vocês sabem das minhas dificuldades. Se eu pudesse pedir um desejo a Deus, eu pediria para ninguém ter constrangimento e qualquer problema comigo. Deixar o problema só comigo, porque Deus nunca dá o peso a quem não consegue carregar. E eu saberei carregar o tamanho do peso que eu tenho", bradou o deputado, sob aplausos de militantes do Jardim Piratininga, zona norte de Osasco.João Paulo ainda não decidiu como vai debater o mensalão. Em 2006, quando fez campanha e se reelegeu deputado, diz ter mantido diálogos em tendas nas ruas. Agora, tenta convencer o diretório do PT na cidade: "Temos de falar da cidade e do mensalão. Não podemos esconder."AcusaçãoEm 2006, João Paulo foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. Ele teria recebido R$ 50 mil de forma ilegal do publicitário Marcos Valério. Depois, teria favorecido a empresa dele em um contrato da Câmara. A mulher de João Paulo, Márcia Regina Cunha, sacou a quantia numa agência do Banco Rural em Brasília. A defesa nega os crimes. À Justiça, alega que ele não sabia a origem do dinheiro e não ocultou o destino, tendo pago um instituto de pesquisa. Tampouco teria favorecido Valério. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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