João Paulo Cunha promete discurso na Câmara sobre mensalão

Condenado por envolvimento no esquema, o deputado está convidando parlamentares a ouvir pronunciamento sobre o processo, previsto para esta quarta

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Por Redação
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Brasília - Condenado no processo do mensalão, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pretende subir na tribuna da Câmara nesta quarta-feira, 11, para fazer um pronunciamento em sua defesa. Também está nos planos do petista distribuir entre os deputados uma revista com argumentos contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

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O Broadcast Político teve acesso ao convite do discurso que é distribuído nesta terça-feira, 10, por correspondência e e-mail a todos os demais 512 deputados. O texto assinado pelo petista diz: "Farei um pronunciamento prestando conta da minha situação na ação penal 470 (Mensalão). Atenciosamente, João Paulo Cunha".

O discurso deve ocorrer durante o expediente no qual o deputado deverá ter direito a pelo menos 25 minutos de explanação. O pronunciamento ocorrerá logo após João Paulo Cunha lançar uma revista, no hall da taquigrafia da Câmara, em que também fará sua defesa no processo do mensalão. O material leva o título de "A Verdade", escrito na vertical sob um fundo verde. Na horizontal, sob um fundo vermelho e acompanhado de uma foto do deputado na tribuna, consta a frase "Nada mais que a verdade sobre a ação penal".

O discurso está previsto para ocorrer sete dias depois de o ex-presidente do PT José Genoino, também condenado e preso por envolvimento no mensalão, renunciar ao mandato de deputado. A decisão de Genoino passou pela cúpula do PT. Entre os que foram consultados na ocasião estavam o ex-presidente Lula e o atual presidente do partido, Rui Falcão. A decisão, segundo integrantes do PT, serviu para "estancar" possíveis impactos eleitorais da abertura de um processo de cassação contra Genoino na Câmara, que tinha previsão de se arrastar ao longo de 2014, ano de eleições presidenciais.

João Paulo Cunha foi condenado no processo do mensalão a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. Presidente da Câmara em 2005, período em que ocorreu o mensalão, o petista terá direito aos chamados embargos infringente, que darão a ela a possibilidade de um novo julgamento pelo STF pelo crime de lavagem de dinheiro.

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