João Paulo busca saída para sepultar CPI do Banestado

O governo Lula não quer a apuração do caso; alega que irá prejudicar a tramitação das reformas tributária e da Previdência

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Por Agencia Estado
Atualização:

include "$DOCUMENT_ROOT/ext/eleicoes2002/governolula/ticker.inc"; ?> O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e alguns líderes partidários estão buscando uma saída para a crise aberta com o Palácio do Planalto, depois que a Câmara criou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)) do Banestado. O governo, que já tinha impedido a instalação da mesma CPI no Senado, não quer o funcionamento da comissão, temendo atraso na tramitação das reformas. Para o governo, a CPI não interessa aos partidos porque as investigações poderão chegar a políticos e financiadores de campanha. Três alternartivas estão sendo estudadas, mas todas dependem dos líderes partidários. A primeira prevê que os líderes não devem indicar os integrantes da comissão. Outra saída seria os líderes suspederem a instalação até a conclusão das investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público. Na terceira, a comissão é instalada, mas, com as dificuldades naturais sobre a complexidade do tema, não avança muito nas investigações. Investigações da Polícia Federal, que serviram de base para a criação da CPI, apontam que houve a saída irregular de cerca de US$ 30 bilhões por meio do Banestado (Banco do Estado do Paraná). Denise Madueño. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que vai conversar com os líderes sobre a indicação dos nomes que deverão integrar. O prazo de 48 horas para instalação da CPI, previsto no regimento, já terminou e, oficialmente, quatro partidos (PSDB, PL, PSB e Prona) já indicaram nomes para integrar a comissão, além do PT, que já anunciou seus integrantes, mas não encaminhou ainda a lista oficial à Secretaria Geral da Mesa. João Paulo tem a prerrogativa de indicar os nomes, caso os partidos não o façam em 48 horas. Ontem, João Paulo indicou, por exemplo, os integrantes do PT na comissão especial que trata da reforma da Previdência, à revelia do líder do partido na casa, deputado Nelson Pellegrino (BA). João Paulo não respondeu, quando questionado hoje se adotará a mesma atitude em relação à CPI. Tampouco respondeu quando vai instalar a comissão, que foi criada na quinta-feira passada. O presidente e líder do PPS na Câmara, deputado Roberto Freire (PE), indicou ele mesmo o deputado Dimas Ramalho (PPS-SP) para integrar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado. Freire defendeu a instalação da CPI e contestou um dos argumentos do governo para barrar as investigações. Segundo ele, o Congresso não é uma Casa de uma nota só; tem de ter competência para atuar em várias frentes. ?Se essa CPI melar, será um escândalo para o Congresso Nacional?, afirmou Freire.

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