Janot pede para fatiar maior ação da Lava Jato no Supremo em quatro

O caso, que tem 39 investigados, é a principal apuração em trâmite na Corte, na qual é investigada a formação de uma organização criminosa por políticos e empresários com intuito de planejar o esquema de corrupção na Petrobrás

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Por Beatriz Bulla
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Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que o maior inquérito da Operação Lava Jato que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) seja dividido em quatro investigações. O caso é a principal apuração em trâmite na Corte, na qual é investigada a formação de uma organização criminosa por políticos e empresários com intuito de planejar o esquema de corrupção na Petrobrás.

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Oficialmente, 39 pessoas são alvo do maior inquérito da operação, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente do PP, Ciro Nogueira. Em maio, Janot pediu a inclusão de mais 29 pessoas na apuração, entre eles o do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O pedido, no entanto, não foi analisado pelo relator do caso no STF, ministro Teori Zavascki4, que reenviou o caso à PGR após manifestações de advogados dos citados.

Ao reanalisar o caso, Janot decidiu desmembrar a investigação por partido político. O pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) é para que o chamado "inquérito-mãe" da Lava Jato seja fatiado em quatro frentes de investigação. Em uma das apurações, Janot quer investigar a formação de organização criminosa pelo PT. Em outra, o alvo serão os políticos do PP. Um terceiro inquérito será destinado a apurar a atuação do PMDB no Senado e o último, destinado ao PMDB na Câmara.

O inquérito foi aberto em março de 2015, na primeira leva de investigações sobre envolvimento de políticos na Petrobras. Com a cisão, a previsão de investigadores é focar na atuação de cada partido perante a Petrobras - já que as siglas mantinham influência sob diferentes diretorias - e também dar agilidade às investigações. O pedido da PGR será analisado pelo ministro Teori Zavascki.

Quando Janot solicitou a inclusão de novos nomes na investigação, sustentou, por exemplo, que novos elementos probatórios indicavam a atuação de uma organização criminosa entre os membros do PT, "com um alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme concentração de poder nos chefes da organização". (Beatriz Bulla)