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Janot pede arquivamento de inquérito contra Lindbergh Farias na Lava Jato

De acordo com relatório da Polícia Federal, não há 'indícios mínimos de autoria' para prosseguir processo; senador petista é investigado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Por Rafael Moraes Moura e Breno Pires
Atualização:

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de inquérito instaurado na Corte contra o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O petista é investigado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação da Lava Jato.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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O senador foi acusado pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa de ter solicitado e recebido R$ 2 milhões de origem ilegal durante sua campanha para o Senado, em 2010. Segundo Costa, o dinheiro teria sido entregue pelo doleiro Alberto Youssef, que, por sua vez, negou ter intermediado a entrega dessa quantia. Diante da divergência, Costa e Yousseff participaram de uma acareação, na qual mantiveram suas respectivas versões. Outras pessoas também foram ouvidas na investigação.

Em setembro, a Polícia Federal solicitou ao STF o arquivamento do inquérito contra Lindbergh. De acordo com o relatório da PF, não havia "indícios mínimos de autoria e materialidade" para prosseguir com o processo.

"Não obstante terem sido confirmadas vultosas doações eleitorais pelas empresas envolvidas no esquema de corrupção no âmbito da Petrobrasem favor do Senador Lindbergh Farias Filho, nenhum dos elementos informativos corroborou a hipótese fática que ensejou a instauração do presente inquérito, trazida pelo colaborador Paulo Roberto Costa no sentido de que Lindbergh teria solicitado dois milhões de reais para a campanha de 2010 oriundos da cota partidária do Partido Progressista no supracitado esquema ilícito", escreveu Janot em seu despacho, da última segunda-feira, 23.

"Forçoso reconhecer que se impõe o arquivamento do presente inquérito, dada a ausência, por ora, no que diz respeito aos fatos aqui versados, de elementos suficientes para a deflagração de ação penal em face do senador Lindbergh Farias, bem como de vetores persecutórios que justifiquem, neste momento, a continuidade das investigações", concluiu o procurador-geral da República.

Na avaliação de Janot, considerando o "amplo espectro de diligências já realizadas", "não se vislumbra outras medidas que possam ser adotadas, neste momento, para o integral esclarecimento das hipóteses levantadas e a coleta do material probatório subjacente".

O relator do inquérito contra Lindbergh era o ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na Corte, morto em acidente aéreo na última quinta-feira, 19. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, ainda não definiu como fará a redistribuição dos processos que tinham Teori como relator.

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