Janot indica que governo não deve ter acesso a depoimento de Paulo Roberto Costa

Procurador-geral da República afirma que sigilo "é absoluto para todos" e que processo de ex-diretor ainda não chegou na PGR

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Por Beatriz Bulla
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Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicou nesta segunda-feira, 15, que não deve atender o pedido do governo para ter acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto da Costa, preso na Operação Lava Jato. 

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"O sigilo é absoluto para todos", afirmou Janot ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, nesta manhã, ao ser questionado sobre a solicitação feita pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para receber os depoimentos de Costa. Na semana passada, Cardozo se encontrou com o procurador-geral para reforçar o pedido, a justificativa é de que os documentos poderão possibilitar que sejam tomadas medidas corretivas pelo Executivo. 

Ao falar com a imprensa durante evento organizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Janot afirmou que documentos relativos ao processo do ex-diretor da estatal ainda não chegaram à PGR. "Até agora não (chegou nenhum documento). A investigação segue normalmente", disse Janot. 

"Se houver alguém com prerrogativa de foro, os documentos todos devem vir para a PGR e para o Supremo Tribunal Federal", afirmou, sem especificar em qual momento os documentos precisariam ser remetidos a Brasília. "A estratégia da investigação quem diz é o investigador", afirmou. Atualmente, o processo corre na 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná.

Nos depoimentos à PF, Paulo Roberto Costa citou deputados federais, senadores, governadores e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, como envolvidos em suposto esquema de cobrança de propina nos contratos da Petrobrás, conforme divulgado pela imprensa.

Janot, contudo, evitou comentar o conteúdo dos depoimentos: "Eu não sei nem se está em processo de delação premiada. Não podemos levar investigação de um caso profundo como esse com base em fatos veiculados pela imprensa", disse. 

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"No momento oportuno, quando estiver amadurecida a investigação, tomaremos as decisões da melhor maneira possível para que se possa prosseguir na apuração dos fatos", afirmou o procurador. 

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