
20 de julho de 2015 | 16h13
Atualizado as 23h45
Brasília - Após ser alvo de críticas de parlamentares investigados na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esclareceu nesta segunda-feira, 20, que “investiga fatos, jamais instituições” e reagiu às sugestões de que enfrentará a resistência de senadores no processo de recondução ao cargo.
Desde terça-feira, quando a Operação Politeia autorizou buscas e apreensões em imóveis de três senadores, cresceu a oposição ao nome de Janot no Senado, que precisará aprovar entre agosto e setembro o próximo procurador-geral.
Em nota, Janot afirmou que o Ministério Público “sempre buscou o diálogo permanente com os Poderes constituídos” para fortalecer a República, “o que passa necessariamente pelo funcionamento de um Senado Federal altivo e de pé”.
“Como é de conhecimento público, a Constituição Federal atribui ao Procurador-Geral da República, sob supervisão do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, a condução de investigações de forma sóbria e responsável em relação às altas autoridades da República, sejam elas do próprio Ministério Público ou dos Poderes Legislativo, Judiciário ou Executivo”, defendeu Janot.
De acordo com líderes governistas no Senado, Janot terá dificuldades para ser reconduzido ao cargo após as batidas policiais nas residências de Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE).
Para se manter na função, Janot precisa encabeçar lista tríplice formada por eleição interna da categoria, em 5 de agosto, depois ser indicado pela presidente da República e, então, passar pelo crivo dos senadores. Nos bastidores, a passagem pelo Senado é vista como a etapa mais difícil da disputa.
Em março, Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquéritos contra 13 senadores por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás, entre eles o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Além da resistência do Senado, Janot tem sido alvo de críticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que o acusa de estar “a serviço do governo” e conduzir a investigação de forma pessoal. Collor também tem usado a tribuna do Senado para criticar sua atuação abertamente.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.