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Janaina apoia Tarcísio e descarta Weintraub em SP: 'ninguém vota no Abraham'

Deputada defende candidatura ao governo paulista de ministro da Infraestrutura, mas diz que não será candidata a vice; vai se filiar ao PRTB para disputar o Senado

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Por Davi Medeiros
Atualização:

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) vai se reunir com o PRTB na próxima segunda-feira, 10, para acertar sua provável filiação ao mesmo partido do vice-presidente Hamilton Mourão. A intenção da parlamentar é concorrer ao Senado nas eleições gerais deste ano e consolidar o apoio da sigla à pré-candidatura do ministro Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, para o governo de São Paulo. 

Cotada para vice do ministro, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para representar seu grupo político na disputa paulista, ela afirmou que não pensa em assumir o posto e que tampouco sabe se votará em Bolsonaro em outubro. 

A deputada estadual Janaína Paschoal disse não ser 'apêndice' do presidente Bolsonaro e que ainda não definiu quem irá apoiar para o Planalto. Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

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“Eles (o PRTB) já me garantiram a legenda e defendem valores próximos aos meus. Eu só estou querendo garantir autonomia para montar as chapas estadual e a federal”, afirmou a parlamentar, que obteve a maior votação do País para deputado estadual, tendo recebido mais de 2 milhões de votos em 2018. Ela diz ver chances reais de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser conduzido ao Planalto e, por isso, tenta atrair pessoas que defendem “a vida, a infância e a autonomia individual” para compor as chapas pelo partido. 

Sobre sua aproximação com o candidato de Bolsonaro ao governo paulista, Janaina diz que procurou Tarcísio após constatar sua viabilidade eleitoral em suas “pesquisas”, ouvindo pessoas de seu convívio. Seu apoio ao ministro da Infraestrutura, segundo ela, se deve ao fato de ter identificado nele “inteligência diferenciada” e “agilidade de pensamento”. 

Entretanto, a conversa não teria ocorrido em torno da formação de uma chapa conjunta com Freitas. “Serei candidata ao Senado, isso está definido”, afirma ela. “Só queria conhecê-lo (Tarcísio) e me encantei por ele.” 

Janaina defendeu o nome de outra mulher para a vaga de vice, a advogada Angela Gandra, que é secretária nacional da Família no governo Bolsonaro. 

Abraham Weintraub

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Recentemente, Janaina se envolveu em uma discussão com os ex-ministros Abraham Weintraub, da Educação, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente, nas redes sociais. A deputada propôs que todos eles saíssem juntos na disputa deste ano. Ela como senadora; Abraham como deputado federal e Salles como deputado estadual. 

Janaina relata ter conversado com um representante de Abraham no Brasil (o ex-ministro está nos Estados Unidos) e informado a ele que descarta apoiá-lo para o governo de São Paulo. “Em todas as minhas visitas pelo Estado, eu perguntava: se vier candidato Abraham, você vota? Uma pesquisa minha. Ninguém vota no Abraham para o governo, é impressionante”, ela diz. Tarcísio de Freitas, entretanto, segundo ela, tem uma “aceitação incrível”. 

A publicação inspirou respostas ásperas dos envolvidos. Weintraub classificou a sugestão como parte de uma “postura muito falsa e interesseira”. Salles respondeu que será candidato a deputado federal, não estadual. Janaina, porém, diz ter ouvido do ex-ministro do Meio Ambiente que ele teria a intenção de concorrer à Assembleia Legislativa estadual por querer retomar sua rotina em São Paulo, seu Estado natal.

A deputada diz ter sugerido a “frente bolsonarista” — termo que ela desaprova — por temer que os candidatos de direita concorressem uns contra os outros. Nessa hipótese, ela acredita que a esquerda sairia vitoriosa. Contudo, o bate-boca nas redes sociais abalou sua relação com o campo bolsonarista.

Embora tenha firmado apoio ao candidato de Bolsonaro para o Estado, Janaina diz não se considerar um “apêndice” do presidente e revela que seu voto para o Executivo federal ainda não está definido: “Eu preciso ver o que vai ser melhor para o Brasil. Vou ter de avaliar. Não sei se voto em Bolsonaro”.

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