?Jamais vou sair do PMDB?, afirma José Sarney

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da rejeição ontem à noite da emenda da reeleição, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), parecia hoje resignado, preferindo não reclamar publicamente do PMDB nem apontar culpados por essa derrota política. "Não tenho saúde para ter ódio", afirmou Sarney, para acrescentar que não pretende antecipar o debate de sua própria sucessão para o comando do Senado nem deixar o PMDB. "Jamais vou sair do PMDB e não vou abrir a minha sucessão hoje, pois seria uma bobagem", enfatizou. A maior preocupação de José Sarney hoje era deixar claro que não se envolveu na discussão e votação da emenda que permitia a reeleição dos presidentes da Câmara e Senado, derrubada pelos deputados. "Sempre deixei o assunto correr na Câmara e, portanto, não tenho nenhuma cobrança a fazer de ninguém", disse. Apesar de ter sido derrotado pelo próprio PMDB que, majoritariamente, rejeitou a reeleição, fortalecendo a posição do líder Renan Calheiros (AL), Sarney disse que seguirá o partido. "Renan é meu amigo e o PMDB é a maior bancada no Senado", prosseguiu, para defender a manutenção do comando do Senado com a maior bancada, hoje do PMDB. "Eu não tenho queixas do PMDB nem motivos para sair do partido, mas se amanhã eles me botarem para fora...", continuou, sem completar raciocínio. O senador Sarney não quis alimentar polêmica, mas outros políticos que estiveram hoje com João Paulo reproduziram a irritação do presidente da Câmara com o desempenho dos ministros do PMDB e dos políticos do partido nomeados para o segundo escalão, como os ex-senadores Carlos Bezerra e Sergio Machado e o ex-deputado João Henrique. Eles teriam também trabalhado arduamente para reverter votos favoráveis à reeleição. José Sarney prefere também não estimular especulações que circulam nos meios políticos sobre a chance de o PSDB, PFL, PDT e setores do PMDB lançarem um candidato alternativo à presidência do Senado para evitar a eleição do senador Renan Calheiros. Um dos nomes mais citados é o do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Para Sarney, a sucessão só acontecerá no ano que vem.

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