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Jader vai presidir sessão de despedida de ACM

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), é quem vai comandar a sessão em que seu maior inimigo político, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), subirá à tribuna, nesta quarta-feira, para renunciar ao mandato. O discurso de ACM acontece exatos 420 dias depois de ele ter começado sua guerra particular contra Jader, e tanto o PMDB quanto o PFL prevêem um clima morno neste embate final. Mais do que isto, o PMDB também está convencido de que Jader não será transformado em ?bola da vez? com a saída de cena de ACM. Os cardeais do partido rejeitam a tese de que o presidente do Senado se torna um alvo mais vulnerável a denúncias de corrupção a partir de agora, simplesmente porque duvidam que possa surgir qualquer fato novo depois de mais de um ano de guerra aberta entre os dois. ?O PMDB vai comparecer ao plenário, e lá nós demonstraremos a isenção de sempre?, antecipa o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL). Depois da articulação da cúpula pefelista, que consumiu o dia com apelos para que ACM faça um ?discurso de estadista?, deixando de lado os ataques pessoais e os xingamentos que dedicou a Jader do ano passado para cá, o presidente do Senado e seu PMDB apostam que as eventuais ?referências? ao partido e ao próprio Jader dispensarão resposta. Diante disto, os cardeais do PMDB não montaram nenhuma estratégia específica para o discurso de renúncia. O líder Renan destaca que não há nada preconcebido sobre responder ou não à fala de ACM, o que vai depender do clima da sessão e dos eventuais improvisos que ele fizer. ?Toda a minha preocupação, que chegaram até a confundir com um acordão para facilitar a vida de ACM, de Jader e do próprio governo, era no sentido de não partidarizar o episódio, e não faremos isto agora?, sentencia Renan. Diante do anúncio de uma renúncia com data e horário previamente marcados, Jader Barbalho nem sequer despachou o relatório do Conselho de Ética do Senado, recomendando à Mesa Diretora a abertura de processo contra ACM. Renúncia feita, o destino do relatório será o arquivamento. E como as notícias que vieram do PFL ao longo do dia foram todas tranqüilizadoras, os cardeais do PMDB demonstraram cautela nas referências a ACM nesta terça-feira. ?No que depender de mim, o PMDB será magnânimo com ACM esta tarde?, antecipa Renan. A irreverência ficou por conta do adversário de ACM na Bahia, o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), que desdenhou os comentários de ACM sobre a lista dos votos dos peemedebistas na cassação do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). ?Eu enfrentei o Magalhães poderoso, mas não dou importância alguma ao Fraudalhães?, provoca Geddel. Na avaliação do líder, ACM deve manter coerência com o comportamento que ele próprio adotou durante o processo no Conselho de Ética, quando tinha esperanças de salvar seu mandato. Geddel lembra que Jader se comportou como juiz no episódio, atendendo inclusive aos apelos dos cardeais pefelistas para dar o prazo máximo de defesa a ACM, previsto no regimento. ?Se nestes dias ele andou querendo namorar o Jader, para se salvar, deve ser coerente e manter-se calado, caladinho?, encerra Geddel.

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