Jader se diz constrangido com relatório

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), admitiu ontem que se sente "constrangido" com a divulgação do teor de um relatório do Banco Central (BC) ligando seu nome a um suposto esquema de desvios de recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará). Jader disse ainda que não vai autorizar o BC a quebrar seu sigilo bancário e divulgar o relatório sem antes tomar conhecimento do assunto oficialmente. Hoje, Jader requisita ao presidente do BC, Armínio Fraga, a documentação e pede que a instituição envie uma cópia ao Ministério Público do Pará para que o caso seja apurado. "Não posso autorizar a divulgação de alguma coisa que eu desconheço", justificou Jader ao comentar o desafio feito pelo ex-presidente do Senado, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), para que abra mão de seu sigilo bancário. "O relatório pode dizer que eu dei dinheiro para a pasta rosa, para a OAS (empreiteira administrada por um dos sócios de ACM) e para o Angelo Calmon de Sá (ex-presidente do Banco Econômico)", ironizou Jader com o intuito de atingir ACM. O episódio da pasta rosa diz respeito a um inquérito do BC no qual foram identificadas doações de campanha do Banco Econômico a políticos ligados a ACM. Ele explicou que se sente constrangido pelo fato de ter tomado conhecimento do assunto somente pela imprensa. "Mas não estou constrangido para exercer minha função de presidente do Senado", ressaltou. Ainda sobre seu sigilo, Jader informou que os interessados em analisar sua movimentação bancária poderão requisitar os dados ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Jader avalia que vai conseguir pôr um ponto final na acusação sobre seu envolvimento em irregularidades no Banpará depois que tomar conhecimento de seu teor. "Somente assim darei um basta nisso", declarou.

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