Jader se defende em discurso no Senado

Por Agencia Estado
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O presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), voltou à tribuna da casa para se defender das denúncias sobre liberação irregular de recursos da Sudam. Ele começou o discurso, com o plenário praticamente cheio, abordando a denúncia de que teria cobrado propina de US$ 5 milhões para liberar recursos da Sudam. Essa acusação foi atribuída ao deputado estadual Mário Frota (PDT-AM), que em conversa telefônica com um empresário, teria solicitado o dinheiro em nome do presidente do Senado. Jader levantou suspeita sobre a veracidade da conversa telefônica e interpelou judicialmente o deputado estadual Mário Frota. Segundo Jader, o próprio deputado desmentiu o conteúdo da gravação, dizendo que a voz envolvida não era dele. Segundo Jader, os próprios senadores da Comissão de Ética, que estão investigando o caso, já especularam "que essa fita é falsa", o que, segundo ele, seria "uma vilania e irresponsabilidade". "A especulação é grave, mas o mais grave é que essa notícia é uma infâmia, uma calúnia, porque atinge um presidente do Senado, e torna vulnerável o Senado." Na avaliação de Jader, essa denúncia pode achincalhar os integrantes do Senado, a honra da Casa e de seus membros. Banpará e fazenda Jader Barbalho disse que recebeu ontem, do Banco Central, um ofício informando-o de que não houve nenhum fato novo que justificasse a mudança do parecer emitido pelo BC em 1992, afirmando que "não foi possível detectar nenhuma prova robusta, convincente", que juridicamente pudesse envolvê-lo no episódio de desvio de recursos públicos do Banco do Estado do Pará (Banpará) quando era governador do Estado. Segundo Barbalho, o parecer de 92 afirma também que não foi possível identificar os beneficiários dos desvios, e que o Banco Central considerou inócuo o prosseguimento das investigações e decidiu enviar o relatório ao Ministério Público. No pronunciamento, Barbalho procurou desqualificar a denúncia - apresentada ao Conselho de Ética do Senado - de que, em quatro situações, teria quebrado o decoro parlamentar. A primeira envolve o suposto suborno de US$ 5 milhões. Em relação à reportagem que fez denúncia de que Jader teria sido beneficiário da venda de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) falsos quando ministro da Reforma Agrária, o senador sustentou que as próprias pessoas que o acusaram não confirmaram a acusação, quando prestaram depoimento à Polícia Federal. Quanto à denúncia de que teria deixado de declarar ao Fisco a propriedade de uma fazenda, ele afirmou que essa declaração é desnecessária, uma vez que a fazenda é de propriedade de uma empresa da qual é sócio cotista. Afirmou também que as cotas dessa empresa constam de sua declaração de renda pessoal, e que a fazenda está na declaração feita pela empresa à Receita Federal.

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