Cerca de 200 vereadores, prefeitos, secretários municipais e líderes políticos de onze municípios do oeste do Pará deixaram o PFL e assinaram filiação ao PMDB, lançando, com faixas e cartazes, o nome do senador Jader Barbalho ao governo do Estado em 2002. O próprio Jader, recebido festivamente por 400 pessoas ao desembarcar no aeroporto de Santarém, foi quem abonou as fichas de seus novos correligionários. Em resposta aos apelos para que dispute o governo contra o candidato a ser lançado por seu grande adversário, o governador Almir Gabriel (PSDB), Jader deixou no ar uma dúvida. "Ainda não decidi se irei para o Senado ou se voltarei ao governo pela terceira vez". O ex-governador paraense Hélio Gueiros, que presidia o PFL no Estado, e o prefeito de Santarém, Lira Maia, foram as mais expressivas adesões ao PMDB. "O PFL, para mim, acabou no Pará?, afirmou. A filiação ao PMDB, segundo Gueiros, era apenas o retorno ao "velho aconchego partidário", mas o motivo principal era prestar solidariedade a Jader pelas "calúnias e difamações" que o senador estaria sofrendo. O prefeito Lira Maia bateu na mesma tecla, acrescentando que Santarém e o Pará recebiam de "braços abertos" o homem que "enfrentou e venceu" os representantes da elite deste país". Ele disse que Jader, como senador, tem obtido recursos federais que "mudaram a face de Santarém". Palanque Jader fez um discurso inflamado para sua platéia de velhos e novos seguidores. Voltou a se definir como "vítima" e ter sido vítima de discriminaçao, por ter chegado à presidência do Senado como um "caboclo paraense". À certa altura, o senador mandou um recado para seus "algozes", afirmando que ainda tem muita munição para queimar em sua defesa no Conselho de Ética. "Se a perícia que eu pedi nos documentos do Banpará chegarem a tempo, vou desmontar toda a palhaçada que armaram contra mim e provarei minha inocência. Mas, se não houver tempo para isso, terei de optar por outro caminho (a renúncia) para não ser afastado da vida pública".