Jader dispensa defesas no caso Sudam

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), declara-se ?confortável? no episódio das denúncias de corrupção na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e dispensa a defesa do ministro da Integração Regional, Fernando Bezerra (PMDB). Ao mesmo tempo, porém, dirigentes do PMDB solidários com Jader acusam uma ?campanha orquestrada? para desmoralizar não só o presidente do partido como toda a atual cúpula dirigente e ameaça arrastar governo e aliados para a CPI da corrupção. ?Querem me transformar no grande pecador deste País, mas não preciso da defesa de ninguém, porque os fatos falam por si só e nada há de concreto contra mim?, diz Jader. ?Se é para ficar com o carimbo de todas as mazelas do País, não vejo outra saída fora da CPI?, emenda um cardeal peemedebista, referindo-se à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ampla para apurar corrupção no País, que o governo tanto se esforçou para evitar. Jader dispensa defesas com o argumento de que foram nove meses de investigações e 369 diálogos gravados sem que nenhuma denúncia contra ele fosse registrada. ?Não conseguiram pôr meia frase a meu respeito?, salienta o senador. Ele reage com desdém aos questionamentos sobre suas ligações com o empresário Geraldo Pinto da Silva, acusado de dirigir uma firma especializada em abrir empresas e forjar projetos para a Sudam. ?Se o homem diz que não me conhece, considero qualquer especulação de um ridículo imenso, porque não tenho nada a ver com isto?. O dirigente do PMDB não admite ver Jader ser tratado como ?alvo fácil? em meio a uma ?orquestração? extremamente prejudicial à imagem do partido. ?Resolveram pintar o PMDB como bloco dos sujos, mas baile bom, animado, é com muita gente?, ameaça o cardeal. Ao mesmo tempo, Jader desafia os partidos de oposição não só a instalar a CPI da Sudam como a pôr para funcionar o inquérito das obras inacabadas. ?Podem fazer todas as CPIs que quiserem, porque, até aqui, tudo o que conseguiram provar foi que a minha única culpa é ter dirigentes indicados por mim na Sudam, como se eu fosse o único político que fizesse indicações neste País?. Mais do que isto, ele cobra uma acusação concreta, com o argumento de que, até nos regimes anti-democráticos e na inquisição, as pessoas iam para a fogueira sabendo concretamente de que eram acusadas. Ele ainda atribui a ?campanha? ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) por conta da briga em torno da sucessão do Senado, mas não cita seu nome. ?Fui à presidência do Senado não por decisão minha, mas pela vontade da maioria da Casa e não será pela campanha de um menino descontente com o resultado, que a maioria será desrespeitada?.

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