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Jader acusado de obstruir investigação do Senado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), poderá enfrentar nova acusação de quebra de decoro parlamentar que também o exporia a um processo de perda de mandato - desta vez por, supostamente, obstruir uma investigação da Casa em que é o principal suspeito. O senador Jefferson Peres (PDT-AM), da comissão que investiga o peemedebista, disse que, se ficar provado que Jader engavetou um requerimento de informações do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) ao Banco Central sobre o caso Banpará ( suposto desvio de recursos do banco para o presidente licenciado), poderá ser cassado. Em depoimento ao Conselho de Ética do Senado na semana passada, Jader disse que a Mesa Diretora foi a responsável por não dar andamento ao pedido dos documentos do BC. Mas o secretário-geral do Senado, Raimundo Carreiro, pode não confirmar a declaração no relatório oficial sobre o caso que a Mesa apresenta hoje aos senadores que apuram o caso. "A responsabilidade é de um deles. Se foi o senador que engavetou, fica claro que ele fez isso em benefício próprio, o que significa obstrução da investigação", disse Peres. "Amanhã (hoje) saberemos o que ocorreu. Até lá, prefiro não declarar nada", acrescentou o coordenador da comissão, senador Romeu Tuma (PFL-SP). O presidente licenciado da Casa também é acusado de participação em supostas irregularidades praticadas na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e no Banpará. Versão No depoimento de quarta-feira, Jader disse ainda que encaminhou o pedido à Mesa e que ela deveria ter dado andamento ao requerimento. A versão apresentada pelo secretário-geral aos senadores da comissão é diferente. Carreiro já contou aos senadores que recebeu ordens de Jader para segurar o pedido, porque queria anexá-lo a outras informações. Segundo Peres, o relatório final sobre o caso deve ficar pronto no próximo dia 13. A data é confirmada por Tuma. Eles querem acabar o relatório antes que Jader reassuma a presidência do Senado, o que pode ocorrer no próximo dia 17. "Ele tem duas opções, sair dignamente ou com mesquinharias", afirmou o senador do PDT. As "mesquinharias" são as ameaças feitas por Jader no depoimento. Ele alertou os colegas que, se for cassado por fatos anteriores ao mandato, outros poderão seguir o mesmo caminho. "Essas ameaças também estão sendo acrescentadas no processo", afirmou Tuma.

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