Jacques Wagner acha natural aliança PT-PSDB em MG

PUBLICIDADE

Por Elizabeth Lopes
Atualização:

O governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), afirmou que a aproximação do PT com o PSDB, adversários no cenário nacional, não é nenhuma novidade em seu Estado e poderia ocorrer também em outros locais. "O PSDB não é meu adversário (na Bahia) e faz parte da base do meu governo. O meu adversário é o DEM", disse Wagner, após participar de palestra em São Paulo para empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). "Por isso, se em Minas houver a possibilidade e o PT e PSDB concordarem (com a aliança para as eleições municipais deste ano), eu sinceramente não vejo isso como um sobressalto." Wagner afirmou que já tentou em eleições anteriores, como as de 1994 e de 1998, aproximar as duas legendas, mas não obteve êxito. "Eu já fiz esforços para um possível encontro PT e PSDB, mas a história (das eleições presidenciais) nos colocou um contra o outro", disse. Apesar da crença de que os dois partidos possuem afinidades, o governador não acredita num eventual acordo entre as duas legendas para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Em 2010 eu não vejo essa possibilidade porque quem governa quer fazer o sucessor e o PSDB quer uma candidatura de oposição." No seu entender, o que pode ocorrer são alianças em algumas localidades - entre PT e PSDB - em razão das necessidades locais. Dilma A respeito das eleições presidenciais de 2010, o governador da Bahia disse que o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, é o único que está colocado por parte do PT para suceder Lula. "Sem dúvida, é o nome que desponta pelo peso que ela tem na gestão, até agora com sucesso do governo do presidente Lula. E o nome da ministra Dilma é lembrado por ela ter um papel próximo ao presidente e por ter um papel na gestão de governo extremamente importante. Mas volto a dizer que essa discussão é prematura." Wagner afirmou que a ministra é uma excelente gestora, tem um estilo objetivo e empresarial, "o que pode chocar muita gente", e pode construir o jogo político que alguns dizem faltar à ministra. Mas segundo ele, o candidato será o que a coligação definir. "Não acho que tenha que ser um nome do PT, mas defendo o direito do PT pleitear porque tem legitimidade. O presidente Lula terá um papel forte (nessa definição), essas conversas só começarão a se intensificar a partir de janeiro do ano que vem", disse. Questionado sobre a viabilidade de seu nome para a sucessão presidencial, o governador da Bahia desconversou: "Eu não sou candidato agora porque não é hora de colocar candidatura. Eu tenho uma tarefa que é governar bem a Bahia. Se eu governar bem a Bahia, isso pode me credenciar, mas quem me conhece sabe que eu trabalho com planejamento e o meu planejamento agora é fazer o melhor para a Bahia. Eu não estou com a agenda de 2010 na cabeça."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.