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''Já fiz tudo para provar inocência''

Deputado rejeita acusações e diz que ainda será visto como vítima

Por Ricardo Brandt
Atualização:

O deputado Paulinho da Força (PDT-SP) nega relação com os desvios no BNDES e diz que já fez de tudo para provar sua inocência e ainda será visto como vítima. Seu advogado, Antonio Rosella, indignou-se: "é loucura, um absurdo" imputar a Paulinho envolvimento com o esquema desmascarado pela Operação Santa Tereza. Ontem, Paulinho mostrou que, além de deputado federal, presidente do PDT paulista e presidente da Força Sindical, é jogador de futebol. De várzea. Trajando uniforme laranja, número 18, do Força Sindical Futebol Clube e alheio ao furacão que pousou sobre sua cabeça, ele e seu time foram até o campo do Aliança, no Jaçanã, periferia de São Paulo. Na sexta-feira, sob o turbilhão de perguntas de jornalistas, ele foi indagado se João Pedro de Moura era seu assessor. Paulinho foi categórico: "É ex-assessor, mas tem uma empresa de consultoria com contrato com a Força estadual." Moura não falou à Polícia Federal. Seu advogado, o criminalista Tales Castelo Branco, informou que ele vai dar suas explicações à Justiça dia 26. Marcos Mantovani, que está preso, não depôs e a reportagem não teve acesso a ele. José Gaspar, vice-presidente do PDT, não responde a ligações do Estado. Mais à vontade ontem, depois da vitória por 7 a 5 sobre o Vila do Sapo Futebol Clube, um dos times da comunidade de Jaçanã, Paulinho voltou a garantir que não tem nenhuma ligação com os desvios no BNDES. "Já fiz tudo que poderia ser feito para provar minha inocência, abri meu sigilo bancário, fiscal e telefônico e pedi que a Corregedoria da Câmara e, se for o caso, a Comissão de Ética me investiguem. Não tem mais o que eu fazer", declarou o meia-esquerda do Força. "Continuo dizendo que isso é uma armação política por causa da questão eleitoral e da minha luta no Congresso." Em campo, faltou categoria - salvo algumas exceções -, mas gols, não. O time contou com o empurrãozinho do juiz "Loco", que ao final da partida revelou-se o massagista do Força Sindical. Mas faltou um gol da maior estrela da equipe, o deputado Paulinho, que garantiu não ser o "dono do time". O mais perto que ele chegou do gol foi em uma cobrança de falta próxima da grande área e quando bateu o escanteio do segundo gol do Força, convertido pelo ponta-esquerda Dodô. Depois de 80 minutos em campo, Paulinho, de 52 anos, que diz jogar futebol três vezes por semana, tirou as chuteiras. SUCESSÃO MUNICIPAL Um dos nomes cotados como pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo chamado "bloquinho" - formado por PDT, PSB, PC do B e PRB -, Paulinho afirmou que o escândalo não mudou seus planos. "A PF diz apenas Paulinho, e PA supostamente seria eu. Tenho certeza de que não sou eu", afirmou. "Meu nome continua na disputa", garantiu o deputado. "Vamos ter que fazer pesquisa, mas ontem fui a uma assembléia de condutores com cerca de 3 mil pessoas e achei que os trabalhadores começam a entender que é uma armação. Quanto mais a imprensa fala, mais vai ficando clara a armação."

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