Itamaraty descentraliza área comercial

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, disse nesta segunda-feira que pretende inaugurar uma gestão mais horizontal no Itamaraty com a descentralização do comando das negociações internacionais do Brasil na área comercial. Segundo ele, a tradição da diplomacia brasileira é ter um comando vertical, mas o excesso de compromissos atuais do País com os demais mercados exigiu que a mudança fosse feita. ?Temos de criar um pool de conhecimentos, porque na era da diplomacia global é preciso trabalhar de forma horizontal?, disse. Nesta segunda-feira, durante a posse dos embaixadores Bernando Pericás e Luiz Augusto Araújo de Castro nas subsecretarias que irão cuidar de assuntos políticos bilaterais e multilaterais, o ministro confirmou as alterações na área comercial, conforme adiantou o Estado no domingo. Com a mudança, as negociações da Alca e na OMC continuam sob o comando do embaixador José Alfredo Graça Lima, mas a agenda externa do Mercosul, como o processo de associação do bloco com a União Européia e com os países andinos, serão supervisionadas pelo secretário-geral do Itamaraty, Luiz Felipe de Seixas Corrêa, que passa a atuar mais na área econômica. Com as mudanças, segundo afirmou Lafer, as ações internas e externas do Mercosul vão ficar mais coordenadas e será mais fácil manter o compromisso inicial do bloco, de ser uma união aduaneira. O Mercosul vem sofrendo pressões do ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, para recuar no processo de integração e tornar-se apenas uma área de livre comércio. ?O Mercosul está mais complicado hoje em dia, por causa da crise dos países, mas as negociações do bloco com outros mercados vai criar a necessidade de consolidar o Mercosul, que é nosso principal projeto?, afirmou Lafer. Ao mesmo tempo que dividiu o comando das negociações internacionais da área comercial, Lafer anunciou que irá participar pessoalmente de cada uma das discussões multilaterias do País. ?Essa coordenação quem fará sou eu, quem precisa ter a dimensão negociadora é o ministro?, afirmou. Segundo ele, sua preocupação é ter uma estrutura que leve em conta as necessidades do Estado e não apenas do governo, porque a agenda externa do Brasil está sendo acelerada e será permanente.

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