PUBLICIDADE

Itamar prepara "plano B" para tentar reeleição

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), mantém a determinação de disputar a indicação do partido para concorrer à presidência da República, o que poderá ser definido nas prévias de 17 de março - nas quais deve ter como oponentes o senador Pedro Simon (RS) e o ministro Raul Jungmann - e confirmado na convenção de junho. Contudo, diante das dificuldades que estão sendo impostas pela cúpula nacional da sigla, Itamar parece estar cada vez mais propenso a adotar um "plano B": tentar a reeleição no Estado. Indício de que ele estaria planejando candidatar-se à própria sucessão são os elogios feitos nesta semana, em Juiz de Fora, ao senador José Alencar (MG) e à possível aliança nacional entre o partido do senador, o PL, e o PT de Luiz Inácio Lula da Silva. Caso a aliança se concretize, o governador teria caminho livre para disputar o governo estadual, sem a concorrência de Alencar - com o qual Itamar estava rompido, e que também não descarta a possibilidade de tentar o Palácio da Liberdade - e ainda podendo contar com o apoio do senador e do próprio PT em sua tentativa de permanecer mais quatro anos à frente da adminsitração mineira. "Se o Lula o escolher (para vice), estará escolhendo um bom companheiro", disse Itamar nesta semana, em Juiz de Fora, onde passou o Carnaval, ao ser questionado sobre os entendimentos em curso entre o petista e o senador mineiro, que até hoje visitavam indústrias de Alencar no Nordeste do País. "Alencar é um homem de bem", acrescentou. Rompimento Itamar e Alencar, que eram companheiros de PMDB - elegeram-se juntos em 1998 -, se afastaram há pouco mais de dois anos. Um dos motivos dos desentendimentos foram as disputas internas do PMDB e a opção de Itamar por dar apoio ao grupo do vice-governador Newton Cardoso na eleição pelo comando estadual da legenda. Como Newton, Alencar buscava a candidatura à sucessão mineira pelo partido e, para isso, precisava obter o controle dos peemedebistas mineiros. Magoado, o senador deixou o PMDB, ingressando no PL, e Itamar aproximou-se ainda mais de Newton. Em dezembro de 2001, porém, o governador tornou pública uma briga com o vice, em razão de declarações de Newton segundo as quais ele poderia fazer o que quisesse em 2002, menos disputar a reeleição. Irritado com a postura do vice, Itamar partiu para a retalição, demitindo aliados de Newton de postos estratégicos da administração estadual. O rompimento com Newton também foi interpretado como o anúncio do governador de que não descartara a reeleição e de que estaria disposto até a bater chapa com o vice em convenção estadual do PMDB, se necessário. A despeito disso, Itamar tem insistido que não vai concorrer à sucessão estadual. Temer Durante solenidade realizada hoje em Juiz de Fora, Itamar voltou a fazer críticas ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP), que, junto com outros membros do comando nacional, estaria trabalhando para derrubar as prévias e impedir a realização de uma pré-convenção da sigla, no início de março, na qual as regras das primárias seriam definidas. A intenção de parte da cúpula do partido, de acordo com aliados de Itamar, que garantem já ter número suficiente de assinaturas de peemedebistas para garantir a pré-convencão, seria reeditar a aliança nacional com o PSDB e eliminar a hipótese de candidatura própria. Para Itamar, Temer estaria tentando "quebrar as regras da democracia e da Constituição de 1988". "Fico imaginando o que este professor de Direito Constitucional (Temer), que tenta quebrar as regras da democracia, possa estar ensinando a seus alunos", afirmou o governador. Itamar também mostrou-se favorável à possibilidade, em estudo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que, para se tornarem oficiais, eventuais alianças nacionais de partidos tenham que necessariamente ser reproduzidas nos Estados. Neste caso, a composição PSDB-PMDB se tornaria impossível, já que em Minas, por exemplo, os dois partidos são oposição e situação e, praticamente, inconciliáveis.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.