Itália estuda chamar seu embaixador

Por Jaqueline Farid
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A Itália enviou ontem mais um sinal de que a concessão de refúgio político ao extremista Cesare Battisti pelo Brasil complica a relação entre os dois países. Por meio de nota, o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, informou que estuda a possibilidade de chamar de volta para consultas o embaixador no Brasil, Michele Valensise, em protesto contra a decisão tomada na semana passada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. A retaliação diplomática foi proposta à chancelaria italiana pelo ministro da Defesa do país, Ignazio La Russa. "Considero factível essa possibilidade", declarou ele ontem à imprensa de seu país. La Russa demonstrou em várias ocasiões contrariedade com a decisão do Brasil. Em evento no Rio, Tarso voltou a defender o refúgio ao ex-militante do Proletários Armados para o Comunismo (PAC). "Minha posição já foi dada e minha decisão está bem embasada e fundamentada", disse. Frisou, também, que o caso saiu de sua jurisdição e agora está com o Supremo Tribunal Federal (STF). Tarso preferiu não comentar o andamento do processo de extradição de Battisti no STF, mas lembrou que em caso similar o procedimento foi extinto. Em 2007, o governo concedeu refúgio ao padre Olivério Medina, ex-dirigente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), medida avalizada pelo STF por 9 votos a 1.

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