Israelitas pedem punição de líder muçulmano por crime racial

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Confederação Israelita do Brasil ingressou hoje com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) pedindo a apuração de crime racial que teria sido cometido pelo presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana, Mohamed Nassib Mourad, acusado de chamar os judeus de "câncer da humanidade" durante pregação feita no final de semana para mais de duas mil pessoas na mesquita muçulmana da avenida do Estado, região central da capital. "Acreditamos que este senhor aproveitou o momento, o clima de guerra que criou um caldo de cultura favorável, para fazer estas declarações nem um pouco pacíficas e que ferem a convivência tranqüila que muçulmanos e judeus sempre tiveram no Brasil", afirma o presidente da Confederação Israelita, Jayme Blay. Para Blay, as declarações de Mourad foram um "claro incitamento ao ódio racial" e não podem ser toleradas no Brasil. "Vivemos em um país democrático onde todas as religiões são respeitadas e não podemos suportar declarações deste tipo, totalmente incomuns em nossa cultura", argumentou ele. Mourad não desmentiu e nem confirmou o teor de sua declaração, disse que ainda não recebeu nenhum comunicado do Ministério Público, mas garantiu que suas posições não têm nenhuma relação com os judeus que vivem no Brasil. "Ariel Sharon não se cansa de repetir que palestinos e árabes são terroristas, mas terrorista é ele, que ocupa territórios e mata palestinos. Sharon fez vários massacres ao longo de sua história e mesmo assim o povo de Israel votou nele, por isso não posso concordar com o que eles falam", defende-se Mourad. De acordo com Mourad, os muçulmanos brasileiros defendem para o Oriente Médio a construção "de um país como o Brasil". "Aqui o judeu vai na sua sinagoga e o muçulmano na sua mesquita, sem conflitos. O Brasil é um exemplo para a humanidade", afirmou ele.

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