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Irritado, Lula não comenta caso dos cartões corporativos

Em SP, presidente evita falar da polêmica envolvendo gastos de ministros e também sobre o caso do mensalão

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou-se nesta quarta-feira, 30, a comentar os indícios de irregularidades no uso de cartões de crédito corporativo por alguns de seus ministros. Ameaçando interromper uma entrevista coletiva concedida em São Paulo, o presidente apenas se manteve calado na primeira vez que foi questionado sobre o assunto. Na segunda, Lula quase deixou o local onde estavam reunidos os jornalistas e apenas declarou: "Não vou discutir isso".   Veja Também: Opine: os ministros têm de ter cartões? Ministra nega ter cometido infração ética com cartões Deputado tucano quer CPI para investigar cartões corporativos TCU aprova auditoria nos cartões corporativos do governo   Sem esconder o incômodo com o assunto, o presidente também evitou responder outras perguntas sobre temas políticos, como a notícia de que poderá ser indicado como testemunha de defesa pelo ex-deputado Roberto Jefferson no processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso do mensalão. "Eu nem considero isso uma notícia", rebateu o presidente, sem disfarçar a irritação.   Lula conversou com os jornalistas logo após inaugurar as novas instalações da Agência Central dos Correios, em São Paulo, que acaba de passar por uma reforma. Durante a entrevista, Lula só aceitou responder a perguntas relacionadas aos indicadores de desmatamento na Amazônia, que apresentaram alta no último trimestre do ano passado.   No discurso, o presidente empenhou-se principalmente em comentar a notícia de que a criminalidade caiu em todo o País e lembrou as visitas à Praça do Correio na adolescência. Ao lado do governador tucano José Serra e do prefeito Gilberto Kassab, DEM, o presidente aproveitou para fazer um afago à oposição. Ao comentar que o Brasil ingressou em uma fase de "tranqüilidade" na economia, após anos de recessão, Lula afirmou: "Mérito de todos nós, mérito da política brasileira, dos políticos a favor e contra - porque às vezes o discurso contra também contribui, às vezes ajuda a fazer reflexão - e resultado sobretudo da nossa democracia."

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