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Irmã Dorothy recebe prêmio póstumo da ONU

Homenagem ocorrerá durante comemoração dos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos

Por Roldão Arruda
Atualização:

A religiosa americana Dorothy Mae Stang, mais conhecida como Irmã Dorothy, receberá hoje, em edição póstuma, o Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas. A homenagem à religiosa, que desenvolvia trabalhos sociais na Amazônia e foi assassinada com seis tiros, em fevereiro de 2005, no município de Anapu (PA), ocorrerá durante reunião da 36.ª Assembléia-Geral da ONU para celebrar o aniversário de 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Na mesma cerimônia, também será homenageada a ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto, assassinada em 2007, quando participava de um comício. De acordo com declarações do presidente da Assembléia-Geral, Miguel d?Escoto Brockmann, os escolhidos simbolizam a persistência na luta contra as violações dos direitos humanos. No passado, o mesmo prêmio já foi entregue a personalidades como Nelson Mandela, símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul, e Martin Luther King, pastor negro americano assassinado enquanto fazia pregações em defesa dos direitos civis nos Estados Unidos. Irmã Dorothy atuava no Brasil desde 1966. Pertencia à congregação Irmãs de Nossa Senhora de Namur - organização religiosa que reúne mais de 2 mil mulheres, em diversas partes do mundo. No Pará, onde continuam atuando, suas companheiras divulgaram no mês passado um extenso dossiê sobre a questão dos direitos humanos no Estado, chamando a atenção das autoridades para o clima de impunidade, que estaria estimulando ainda mais a violência. Cinco pessoas foram acusadas pelo assassinato da irmã. Os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira, apontados como mandantes, estão livres. O primeiro foi condenado a 30 anos de prisão, em 2007. Em novo julgamento, porém, em maio deste ano, acabou absolvido pelo júri popular. Regivaldo ainda aguarda julgamento, em liberdade. O executor do crime, Raifran Sales, foi condenado a 28 anos de reclusão. Seus comparsas Amair da Cunha, que teria intermediado o crime, e Clodoaldo Batista, que assistiu ao crime e nada fez para impedi-lo, receberam penas de 18 e 17 anos de prisão, respectivamente.

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