Investigação sobre venda de TDAs terá semana decisiva

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Por Agencia Estado
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Esta semana será decisiva para as investigações sobre a venda de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) envolvendo o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). A Justiça Federal deverá decidir nesta segunda-feira ou depois se haverá quebra de sigilo bancário dos quatro protagonistas das denúncias: o ex-banqueiro Serafim Rodrigues Morais; a mulher dele, Vera Arantes Campos; o empresário Vicente de Paula Pedrosa da Silva e sua mulher e sócia, Diana Guimarães de Paula. Os quatro serão ouvidos pela Polícia Federal. O pedido de quebra de sigilo foi feito pelo delegado Luiz Fernando Ayres Machado, mas o procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, sugeriu que apenas Vicente Pedrosa tivesse suas contas devassadas. O sigilo do ex-banqueiro e da mulher dele, de acordo com Brindeiro, só seria aberto se aparecessem fatos novos nas investigações. Alguns policiais avaliam que a intenção do procurador pode ser entendida como uma forma de diminuir o foco da apuração em torno de Jader. Neste domingo, o ministro da Justiça, José Gregori, reafirmou que as investigações continuarão, apesar da suspeita de haver uma operação-abafa nos bastidores. "Todas as solicitações de apuração resultaram em inquéritos", disse o ministro. "Os resultados mostram a velocidade e afinco das investigações." Na avaliação de policiais que participam da apuração da venda de TDAs de Vicente Pedrosa para Serafim e Vera, sem o sigilo bancário do ex-banqueiro e sua mulher será impossível verificar os depósitos feitos para o empresário. Além de negar a quebra de sigilo dos dois, o Ministério Público Federal foi contra a abertura das contas da mulher de Vicente, que é sócia em algumas de suas empresas. A decisão caberá agora ao juiz da 12ª Vara Federal de Brasília. Na quarta-feira, o delegado Luiz Fernando Machado vai ouvir Serafim e Vera, em São Paulo e, no dia seguinte, será a vez de Vicente Pedrosa ser interrogado em Brasília. Antes disso, o empresário vai prestar depoimento na comissão de Ética do Senado. Até o fim da semana, Machado deve viajar para Belém, onde ouvirá funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que participaram da emissão de TDAs na época em que Jader era ministro da Reforma Agrária, no governo Sarney. Somente depois disso é que a polícia pretende ouvir o presidente do Senado. Se forem confirmadas as negociações, denunciadas por Serafim e Vera, de que Vicente Pedrosa era o intermediário da venda de TDAs para Jader, a PF estuda pedir a quebra do sigilo bancário do senador. Além disso, estão sendo levantados todos os telefones que eram usados por Jader quando ele era ministro. Caso seja necessário, os policiais também vão pedir a quebra de sigilo telefônico para conhecer as ligações feitas entre ele e Vicente de Paula Pedrosa. No Senado, a semana também será decisiva para o futuro do presidente da Casa, senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Na terça-feira, o plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) analisa o requerimento da oposição pedindo o rastreamento do cheque que teria sido usado na operação fraudulenta com Títulos da Dívida Agrária (TDA´s). Segundo denúncias, este cheque teria sido depositado na conta de Jader. Se aprovado na CCJ, o requerimento será votado na quarta-feira pelo plenário do Senado. A CCJ vai analisar ainda o requerimento com o pedido de informações ao Banco Central sobre todos os relatórios do caso Banpará, que também envolvem o senadorJader Barbalho. Deverão ser eleitos nesta semana os representantes do Conselho de Ética, que terão papel relevante nas investigações em torno do presidente do Senado nas investigações.

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