Investigação de dirigente do PT preocupa Planalto

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Por AE
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A investigação da Polícia Federal que ameaça o secretário de Relações Institucionais do PT, Romênio Pereira, preocupa a cúpula do partido e o Palácio do Planalto. Motivo: a suspeita de que Romênio integra um esquema de desvio de verbas públicas, levantada pelo Ministério Público, atinge o PT em plena campanha eleitoral e põe mais uma vez o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na berlinda, no rastro da Operação João-de-Barro, comandada pela PF. Pressionado, Romênio pediu afastamento de suas funções na Executiva do PT por 60 dias, mas petistas temem que o caso volte a desgastar o partido e ressuscite a pecha de corrupção que abalou a sigla após o escândalo do mensalão, em 2005. Além disso, as denúncias serviram para atiçar a guerra interna entre correntes do PT. O espinhoso assunto contaminará na quarta-feira a reunião da Executiva, antes marcada apenas para discutir eleições. Adversários de Romênio no partido afirmam que a acusação causará impacto no Movimento PT. Trata-se de uma ala de centro no mosaico ideológico do petismo, também reforçada pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP). Na outra ponta, aliados do secretário licenciado dizem nos bastidores que haverá troco se o antigo Campo Majoritário e a Democracia Socialista engrossarem com Romênio, porque o Movimento PT fará barulho para pedir a punição de dirigentes desses grupos, também citados em suspeitas de irregularidades. Na prática, porém, a direção do partido não quer mexer nesse vespeiro, muito menos na temporada de eleições. Romênio teve a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e entrou na mira do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, depois que investigação da PF apontou indícios de seu envolvimento com uma quadrilha que fraudava obras públicas em Minas e desviava recursos do PAC. Detalhe: o programa é o xodó da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Pelos cálculos do MP, a cifra desviada chegou a R$ 700 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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