06 de maio de 2008 | 13h20
O governador de Roraima (RR), José de Anchieta (PSDB), acusou nesta terça-feira, 6, de terrorismo o movimento indígena no Estado, que reivindica a retirada de arrozeiros da Reserva Raposa Serra do Sol. Em entrevista no Palácio do Planalto, onde se encontrou com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, Anchieta criticou a invasão da fazenda do arrozeiro Paulo César Quartiero, onde 10 índios foram baleados na última segunda-feira. "A ação de ontem foi uma ação de terroristas e terrorismo é difícil conter", disse o governador. Veja também: Tensão cresce e ministro da Justiça vai com PF para reserva PF envia reforço para apurar disparos contra índios na Raposa Fórum: na sua opinião, qual é a solução para o conflito Saiba onde fica a reserva e entenda o conflito na região Galeria de fotos da Raposa Serra do Sol 'Roraima é do Brasil graças aos índios', diz especialista Um grupo de 103 indígenas iniciou a ocupação na manhã da última segunda. Dois funcionários de Quartiero chegaram ao local em motos e ordenaram a saída dos índios. Diante da negativa, foram embora e retornaram com mais quatro funcionários, em três motos e uma caminhonete. Segundo o Conselho Indígena de Roraima, os seguranças já chegaram atirando. Indagado se o termo terrorismo não era forte para designar o movimento indígena, o governador voltou atrás. "Está bom. Eu não diria terrorismo. Eu diria insanidade", acrescentou. José de Anchieta disse que não defende o interesse dos arrozeiros, mas o desenvolvimento do Estado. "O governo federal tem a posição dele, eu tenho a minha e o povo de Roraima tem a sua e eu vou lutar por ela", afirmou. "Os índios querem criar um fato novo", acrescentou.Ele informou que ainda nesta terça-feira entregaria ao Supremo Tribunal Federal (STF) argumentos do governo do Estado para invalidar o processo de homologação da Reserva Raposa Serra do Sol. O governador disse, porém, que o encontro dele com o ministro José Múcio foi para tratar de outras questões do Estado. O conflito ocorreu 26 dias depois da suspensão da Operação Upakaton 3 da Polícia Federal, destinada a retirar os não-índios da área. A ação da PF foi interrompida por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 9 de abril.
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