PUBLICIDADE

Intervenção não ajuda Temer, diz Ipsos

Mesmo depois do início das operações no Rio, desaprovação do presidente continua acima de 90%; maioria também rejeita pré-candidatos

Por Daniel Bramatti
Atualização:

O presidente Michel Temer não melhorou, ao menos em um primeiro momento, sua própria imagem diante dos eleitores ao decretar intervenção no setor de segurança pública do Rio, em 16 de fevereiro. É o que aponta a pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos de março, feita duas semanas após o anúncio da medida.

Michel Temer (MDB) deixa reunião sobre a intervenção na segurança pública no Rio de Janeiro Foto: Mauro Pimentel/AFP

PUBLICIDADE

O levantamento indica que a desaprovação a Temer oscilou de 93% para 94%, e que a aprovação se manteve em 4%. Os dados foram coletados antes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no dia 14.

A pesquisa, que avalia mensalmente a imagem de personalidades do mundo político e Judiciário, constatou que, em março, a maioria dos nomes listados permaneceu com suas taxas estáveis ou com oscilação dentro da margem de erro. “A Nação está em compasso de espera enquanto assiste atônita ao caos da segurança pública e da falência do Estado”, afirmou o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo.

+++Temer sobre intervenção: relatos são de queda dos índices de criminalidade

Cersosimo lembrou que a pesquisa Ipsos não é de intenção de voto. Os pesquisadores leem alguns nomes e pede ao entrevistado para dizer se aprova ou não a maneira como eles atuam no País. O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios, entre 1.º e 13 de março. A margem de erro é de três pontos porcentuais.

Como entre os nomes listados estão os dos principais presidenciáveis, é possível avaliar em que medida eles são vistos com simpatia ou rejeitados.

+++Jucá afirma que Temer está 'estudando' candidatura

Publicidade

Presidenciáveis. Segundo a pesquisa, todos os possíveis candidatos à Presidência têm a imagem desaprovada pela maioria da população – sete deles são rejeitados por dois terços ou mais. A exceção é o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que dialoga com o PSB, mas não se decidiu se vai entrar na disputa. Barbosa é desaprovado por 42% e aprovado por 38%. 

O campeão de impopularidade é Temer, que cogita concorrer pelo MDB. O presidente via na intervenção no Rio uma maneira de reduzir sua desaprovação, que há mais de dez meses está acima de 90%. O segundo mais desaprovado é o senador Fernando Collor (PTC-AL). Sua taxa é de 86%, uma das poucas que subiram em relação ao mês anterior (era de 81%). 

+++Após admitir possibilidade de reeleição, Temer vai ao Nordeste em agendas positivas

PUBLICIDADE

Os demais possíveis candidatos desaprovados por dois terços ou mais da população são o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (71%), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (69%), o ex-ministro Ciro Gomes (66%), o ex-prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin (66%), respectivamente do DEM, PSD, PDT, PT e PSDB. Nenhum deles tem índice de aprovação superior a 22%. 

A desaprovação ao deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ficou em 60%, dois pontos porcentuais a mais que em fevereiro, e a aprovação se manteve em 24%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos nomes com maior taxa de aprovação (41%). Sua desaprovação é de 57%. Não houve alterações significativas no quadro do petista desde fevereiro. A ex-ministra Marina Silva (Rede) tem 30% de aprovação e 59% de desaprovação.