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Internautas não acham ´natural´ negro discriminar branco

Dos 384 leitores que participaram do fórum realizado pelo estadão.com.br, mais de 90% discordaram da opinião da ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial

Por Agencia Estado
Atualização:

Quase todos os internautas que participaram do fórum realizado pelo estadão.com.br discordaram da posição da ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), de que é ´natural´ quando um negro se insurge contra um branco. Dos 384 leitores que participaram do fórum realizado pelo estadão.com.br, nos dois últimos dias, mais de 90% discordaram da opinião da ministra. A declaração foi feita em entrevista à BBC Brasil na última terça-feira, 27, para lembrar os 200 anos da proibição do comércio de escravos pelo Império Britânico, tido como o ponto de partida para o fim da escravidão em todo o mundo. Em nota, a ministra disse apenas que a frase estava fora de contexto, que condena a atitude e que não incita o comportamento. Leia abaixo algumas reações: A favor - Que meio de comunicação é esse? É impressionante ver como vocês deturpam os fatos e agem de maneira manipuladora nas declarações publicadas. Historicamente, culturalmente e socialmente o negro não foi e não é oprimido? Não é excluido? Não é marginalizado? Estas pessoas se vendo nestas situações não podem se rebelar, protestar e falar, o problema desses meios de comunicação e destas pessoas que colhem estas informações é a de manter nos negros a passividade e a submissão frente esta classe que os explora. 28 de março de 2007 César Augusto Paccola / Lençóis Paulista - E o contexto? A frase, como a conheci, é racista. Mas também aprendi a desconfiar das repercussões dessas declarações na mídia. Quem não acredita que o contexto é essencial para a correta interpretação de algo precisa estudar Pragmática. E o fato de não existirem revistas de brancos se deve ao fato de serem os negros os que precisam reconstruir sua identidade étnico-religiosa, pois foram eles os escravizados por esta nação branca e elitista. 28 de março de 2007 Eduardo / Salvador - O Racismo disfarçado no Brasil Não vislumbro nenhuma forma de incentivo ao racismo nas palavras da Sra. Ministra. Se a Ministra fosse de cor branca, não haveria problema algum, não haveria críticas, pois, quem comanda o país, quem exerce os melhores cargos públicos, quem freqüenta as melhores universidades, NÃO É O NEGRO. Àqueles que criticam, deveriam fazer como aquele programa do Gugu, do SBT: "Sentindo na Pele" e passar um dia como pessoa da raça negra,indo fazer compras, pedir emprego, fazer entrevistas para trabalho e descobrirá o que é ter pele negra no nosso Brasil. 27 de março de 2007 Gerson Linck de Andrade / ALVORADA - Verdade, não venha com verdades Colocado de outra forma: poderá um negro tratar um branco no Brasil de forma desrespeitosa e arrogante? Poderá um negro dizer explicitamente que um branco vale menos, que é cidadão de segunda categoria, que tem menos direitos? Poderá um negro tratar um branco como os brancos na nossa sociedade têm abordado os negros há quase 500 anos? Qualquer branco vai se sentir ameaçado e aterrorizado com essa hipótese, porque sabe que falta no trato com os negros respeito, consideração, delicadeza, ética e solidariedade humana. Eu, que sou descendente de japoneses, só conheço a discriminação positiva - acham-me inteligente, bonita, elegante, cabelos bons... A ministra Matilde Ribeiro disse verdades e com certeza será muito criticada. Somos uma sociedade que não suporta verdades quando o assunto é discriminação aos negros. 27 de março de 2007 Marisa Yoshie / SÃO PAULO Contra - Acorda Brasil! Infelizmente, nossa sociedade está cheia de preconceitos. Diariamente lemos e vemos situações como essas. É preconceito contra mulheres, homossexuais, índios, negros, pobres e outra infinidade de grupos sociais. O fato ocorrido com a Ministra é um pouco preocupante, pois ela representa a igualdade racial. Deveria criar políticas de integração e fazer com que a sociedade pense mais sobre esse assunto. Eu acredito que a melhor maneira de sanarmos esse problema são debates amplo na sociedade. E pensar por que temos preconceito com alguém que é diferente de nós? Será que não podíamos aprender e sermos melhores com as diferenças? Também, temos que pensar em dar o direito aos grupos sociais que foram oprimidos no passado. A grande diferença do Brasil, com outros países, principalmente os xenáfobos, é a multiplicidade racial. Somos um país de miscigenação racial e esse é uma grande diferencial. Temos que aprender com o mundo. 29 de março de 2007 Clariça Cacciamali de Souza / São Paulo - Que absurdo! Como podemos ter no governo uma pessoa dizendo um absurdo como este. Trata-se de uma pessoa, Sra. Ministra Matilde, sem noção do que diz, pouco esclarecida e que somente sabe administrar através do conflito e nao da conciliação. Lamentável, me sinto ofendido e gostaria que fossem tomadas as providências judiciais cabíveis contra ela pois isso para mim é racismo sim. Este tipo de pessoa nos governa? Mais uma vez lamentável. 28 de março de 2007 Francisco / SÃO BERNARDO - Incompetência É sempre a mesma atitude relacionada à incompetência: faz e depois nega que fez. No caso, fala e depois nega. O que se pode esperar desse governo, demagógico e sem orientação e rumo? Essa senhora não deveria ter sido demitida. Não deveria nem ter sido empossada. O que ela falou é a reprodução do discurso ideológico e mal intencionado que sempre ouviu, confundindo falta de oportunidade social com racismo. O pobre sofre no Brasil com a falta de oportunidade e condições dignas de vida sendo branco ou sendo negro. E a falta de escolaridade é o pior de todos os males, pois os leva a acreditar em discursos vazios e promessas tão consistentes quanto bolhas de sabão. 28 de março de 2007 Fabio C. Rispoli / SÃO PAULO - Ministra Matilde e o racismo negro Meu Deus. Já se vão 119 desde que se aboliu a escavidão. Quantas gerações já se passaram. e ainda vemos desta senhora esta incitação ao revanchismo. e ainda fica justificando este tipo de conduta. Isto é promoção do racismo quer queiramos ou não. Saiu de onde jamais deveria ter saído: da boca da ministra que deveria promover a igualdade racial. Acho que ela esta no lugar errado. Hoje somos um país pacifista e ordeiro. Todos são livres e com as mesmas oportunidades. Somos reconhecidos no mundo inteiro como a terra de todos os povos. Os afrodescendentes com politicas de favorecimento e inclusão. Senhora ministra, para o bem de todos, caia fora do governo. Merecemos alguém com mais discernimento. 28 de março de 2007 Antonio Locatelli / Curitiba - O preconceito é um principio da sua propria descriminação! Srª ministra, realmente é lamentavel que uma pessoa que ocupa um cargo de "ministra titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial", usar de uma idiocincrasia tremenda em dizer que "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco". Que ótimo exemplo você esta dando. Quer dizer que se me chamarem de "branquela aguada" eu ficarei quieta? Simplesmente por que quem me ofendeu foi um negro? Mais uma vez você usou de preconceito quando mencionou estas palavras infelizes, supostamente irrefletidas no seu resultado... ou seja: " Tudo bem se um negro te chamar de branquelo, afinal é só um negro mesmo!"... Cade a igauldade que vocês negros tanto procuram? "O PRECONCEITO É UM PRINCIPIO DA SUA PRÓPRIA DISCRIMINAÇÃO" 28 de março de 2007 Sally Straibacker Uricon / Nova York - Anos Lula É lamentável que o principal nome de um órgão destinado a trabalhar pela IGUALDADE RACIAL seja uma pessoa tão carregada de ressentimentos. Uma visão pequena de mundo, e um resultado medíocre. Típico dos anos Lula. 27 de março de 2007 Claudio Malagrino / SÃO PAULO - Fechem a SEPPIR Olha o esta ministra disse na Caros Amigos: "acho melhor ter brancos ressentidos, mas negros dentro das universidades do que ter branco feliz e negro fora da universidade". É preciso fechar essa secretaria que está estimulando o racismo no Brasil e está sendo denunciada por discriminar caboclos e mestiços na Amazônia. 28 de março de 2007 Luiz Paulo S. Sousa / Belém - Lamentável! Fora de contexto está a ministra! Esses deslizes de linguagem não são aceitáveis num assunto tão importante. Na verdade, revelam despreparo. Afinal, ela dava entrevista como ministra e falava em nome do ministério e do governo. 27 de março de 2007 Morus / GOIÂNIA - Absurdo Espero que o Ministério Público Federal tome alguma atitude. Não é possível que estejamos todos entorpecidos pela série de corrupção e tolerância neste país. Não se pode aceitar um desatino como esse da Sra. Matilde, que alem de incitar o preconceito, racismo e hostilidades entre raças se mostra miseravelmente despreparada para o cargo. MPF, para que foste criado ?????? 27 de março de 2007 Rene Robl / CURITIBA - Tolerância Pretender imputados aos filhos brancos de hoje os erros praticados por brancos de séculos passados é tão violento quanto o crime que a senhora Ministra propõe-se a reparar através de políticas públicas. Falta a Senhora Ministra a tolerância que outrora faltou a muitos brancos. 27 de março de 2007 Carlos Alberto / SÃO PAULO

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