PUBLICIDADE

Intenção é desviar foco, afirmam governadores sobre ampliação de CPI

Integrantes do Fórum de Governadores dizem que governo federal pressionou por inclusão dos executivos estaduais na Comissão Parlamentar de Inquérito

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau
Atualização:

A avaliação majoritária dos integrantes do Fórum de Governadores é a de que o governo federal pressionou sua base no Congresso para incluir os executivos estaduais na Comissão Parlamentar de Inquérito aberta nesta quinta-feira, 13, no Senado para investigar ações e omissões do poder público no combate à pandemia do novo coronavírus – a CPI da Covid – com a intenção tumultuar a comissão e desgastar os Estados.

PUBLICIDADE

“A gente vê que o governo e seus aliados têm outra intenção ao incluir governadores e prefeitos. O interesse é diversionista: desfocar o trabalho”, disse ao Estadão o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Ainda segundo o governador gaúcho, a intenção do governo federal é “terceirizar responsabilidades.”

O tucano segue a mesma linha do governador do Piauí, Wellington Dias (PT). “A CPI não pode ser porque alguém quer. Não pode ser uma decisão simplesmente política”. 

Para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos principais antagonistas do presidente Jair Bolsonaro nas medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, a função de investigar os governos locais é das Assembleias Legislativas e das Câmaras municipais. “Em São Paulo não temos medo CPI, mas a CPI do Senado deve ser preservada e não tergiversar”, afirmou o governador paulista. 

O governador de São Paulo,João Doria, na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Os governadores falaram ao Estadão antes da leitura do requerimento de instalação da CPI pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ato que marca a abertura da comissão. Pacheco ampliou o escopo inicial da comissão, que era de investigar apenas as ações do governo federal, e incluiu a possibilidade de apuração dos repasses feitos aos Estados e municípios. A decisão opôs governadores e prefeitos tucanos ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que atuou nos bastidores alinhado ao Palácio do Planalto. 

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) afirmou, após a decisão de Pacheco, que a CPI ficou “no limite da legalidade”. “Nossa preocupação é eles tentarem abarcar todos sem chegar a nenhum resultado.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.