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Instituto histórico quer vistoriar armas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) enviou ofício à Secretaria de Estado da Segurança Pública, requisitando autorização para que um museólogo do órgão faça uma vistoria nas 100 mil armas que o governo estadual pretende destruir no domingo, para avaliar o suposto valor cultural e histórico de parte do armamento. O diretor do Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (Dfae) da Polícia Civil, Fernando Oseas, admite que a seleção das armas a serem destruídas foi feita pelos próprios policiais, e não por historiadores. "Seria uma maluquice muito grande destruir armas de valor histórico", diz o presidente em exercício do Iphan, Roberto de Holanda. O museólogo do Iphan, Adler Homero, especialista em armas e responsável pela montagem do Museu do Exército, foi indicado pelo instituto para fazer a vistoria e afirma acreditar na avaliação feita pelo museólogo Walter Merling, presidente da Associação Brasileira dos Colecionadores de Armas. A pedido do Exército, Merling já examinou as armas que estão no Depósito Central de Armamento do Exército durante três semanas e disse que, do total, pelo menos 5.000 possuem valor histórico. Desse arsenal, há revólveres da marca Lefaucheux, fabricados na França em 1858 e usados na Guerra do Paraguai. Ele também encontrou pistolas Radon, de origem polonesa, usadas pelo Exército Alemão na Segunda Guerra Mundial. O antropólogo Rubem César Fernandes, presidente da ONG Viva Rio, defende a posição do governo estadual e desqualifica os protestos, alegando que parte de grupos interessados no comércio de armas. "Foi um trabalho infernal separar uma a uma as 100 mil armas", diz. Segundo ele, informações sobre todas as armas foram mandadas para o setor de Patrimônio da Polícia Civil, que separava as de valor histórico. A destruição vai acontecer ao meio-dia, no domingo, se não for impedida por nenhuma liminar - há pelo menos cinco ações na Justiça. Duas pistas do Aterro serão cobertas com 400 metros quadrados de placas de metal, onde serão colocadas as armas a serem destruídas com um trator de esteira. O material será enviado para a metalúrgica Cosigua, para ser derretido. A proposta é de que se faça um concurso entre escultores. O vencedor fará um monumento à paz na cidade, que ficará no Aterro.

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