27 de março de 2020 | 11h44
A Deputada Estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) voltou, nesta sexta-feira, 27, a criticar o presidente Jair Bolsonaro pela forma como ele vem conduzindo a crise do coronavírus. Utilizando as redes sociais, a deputada criticou a pressa em encerrar a quarentena e a necessidade de reorganizar a quarentena.
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"Líderes italianos estão pedindo desculpas pelo erro cometido com as campanhas "Itália não pode parar"; "Milão não pode parar". Os assessores do Presidente não têm capacidade para ler os jornais atuais de outros países? Podemos reorganizar a quarentena? Podemos!", escreveu Janaína.
Líderes italianos estão pedindo desculpas pelo erro cometido com as campanhas "Itália não pode parar"; "Milão não pode parar". Os assessores do Presidente não têm capacidade para ler os jornais atuais de outros países? Podemos reorganizar a quarentena? Podemos! — Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) March 27, 2020
Sobre a coordenação das medidas a serem adotadas, Janaína considerou que o próprio Planalto poderia ficar responsável. No entanto, afirmou que "instigar as pessoas a se expor vai trazer consequências trágicas". "Sugiro que os assessores do Presidente se informem com os dados atuais e parem de usar vídeos desatualizados para confundir a população!", disse.
Aliada de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, Janaína rompeu com o presidente pouco depois do começo da epidemia no Brasil. Janaína chegou a pedir a renúncia de Bolsonaro, após o presidente comparecer a uma manifestação no dia 15 de março, depois de ter mantido contato com o secretário Fábio Wajngarten, que havia testado positvo para coronavírus.
A deputada encerrou sua sequência de mensagens pedindo que quem fosse capaz de manter o auto-isolamento, mantivesse. "Quem pode ficar em casa, trabalhando remotamente, fique! Estará se ajudando, ajudando os demais e, em especial, o sistema de saúde!", finalizou.
Após o lançamento da campanha "Brasil não pode parar", do governo federal, líderes políticos vieram a público pedir que as pessoas mantenham o isolamento social. Sem citar diretamente a campanha, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), compartilhou informações sobre o coronavírus no Estado, com a #ficaemcasa
Outro que se manifestou foi o ex-presidenciável e senador pelo Estado do Paraná, Álvaro Dias. O senador compartilhou o vídeo da campanha do governo federal e questionou seus seguidores sobre a opinião deles. Antes, contudo, Dias havia compartilhado uma notícia sobre a situação da Itália, na qual o prefeito de Milão se diz arrependido por ter lançado a campanha "Milão não Para". "Na Itália houve uma campanha “Milão não Para”. Um mês depois são 4.400 mortos. O prefeito se diz arrependido. É tarde infelizmente", escreveu. O senador também reforçou o pedido para que as pessoas continuem em casa.
Já o Deputado Federal Henrique Fontana (PT-RS) fez críticas incisivas à campanha do governo federal. "Campanha criminosa do governo, que espalha desinformação e pode levar a morte de milhões de brasileiros. Sem licitação, campanha publicitária 'Brasil Não Pode Parar' vai custar R$ 4,8 milhões", denunciou o deputado.
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