Insistência de Jader para depor irrita Tuma

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Por Agencia Estado
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O senador Romeu Tuma (PFL-SP) reagiu com irritação, hoje, à pressão que o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), fez junto à mesa da casa para que seja ouvido o mais rapidamente possível pelo Conselho de Ética. "Jader será ouvido quando for conveniente", afirmou Tuma, para quem a comissão de três senadores do Conselho que está investigando Jader tem um prazo regimental para apresentar seu relatório e precisa aguardar os elementos das investigações para que ele possa depor. A mesma posição foi defendida pelo presidente interino do Conselho, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), para quem a comissão de senadores é que dará celeridade ou não às investigações. "Não podemos atropelar, porque isso poderia implicar a limitação do processo investigativo", afirmou. "A comissão tem uma estratégia a ser seguida e temos que dar total e plena autoridade a seus integrantes. Em caso de qualquer atropelo, seríamos responsabilizados por uma ação intempestiva de nossa parte". Na avaliação de integrantes do Conselho de Ética, a pressão de Jader para acelerar o seu depoimento teria como pano de fundo especulações de que a fita com a gravação de uma suposta conversa dele com o deputado estadual Mário Frota, do Amazonas - que teria denunciado Jader pela cobrança de propina para liberação de recursos da Sudam - seria falsa. Jader estaria, segundo esses senadores, querendo aproveitar esse clima favorável. Romeu Tuma disse que, até sexta-feira, o perito Ricardo Molina, de Campinas, ficou de encaminhar à comissão o resultado do laudo sobre a fita. Jader decidiu enfrentar as denúncias que pesam contra ele da tribuna do Senado e comunicou à cúpula do PMDB que discursará hoje, por volta das 15 horas, pouco antes do início da ordem do dia. No discurso, ele vai se defender das acusações e falar da campanha que está sendo movida contra ele, com o argumento de que o próprio Conselho de Ética já chegou à conclusão de que a fita em que o deputado Mário Frota (PDT-AM) acusava o senador de cobrar propina para liberar recursos da Sudam não passa de uma fraude.

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