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Indústria e CNT dão apoio ao impeachment de Dilma

Em carta a parlamentares, CNI afirma ser 'hora de mudar'; já decisão da Confederação Nacional do Transporte veio após 'ouvir as lideranças e sua base e por decisão da maioria'

Foto do author Sandra Manfrini
Por Sandra Manfrini e Anne Warth
Atualização:

BRASÍLIA - A Confederação Nacional do Transporte (CNT) declarou nesta quarta-feira, 13, apoio formal ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em nota pública, a CNT afirma que, "após ouvir as lideranças e sua base e por decisão da maioria, declara o apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff".

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Em outro movimento de associação empresarial, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviou na terça-feira uma carta aos parlamentares em que seu presidente, Robson Andrade, afirma ser "hora de mudar". Na semana passada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) havia declarado publicamente seu apoio ao impeachment.

No documento, ao qual o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, teve acesso, a CNI defende mudanças nas políticas do governo e diz ter convicção de que os deputados "saberão encontrar a melhor solução para a grave crise política e econômica que o País atravessa". "É hora de mudar. Os empresários, assim como todos os brasileiros, esperam que nossos representantes no Congresso Nacional façam sua parte para que o Brasil possa voltar a sonhar com um futuro melhor", diz Robson Andrade.

A CNI não se coloca claramente a favor do impeachment, como tem feito a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas critica o governo de Dilma ao apontar diversos indicadores e projeções negativos para a economia e atribuir esse cenário econômico a uma "sucessão de erros na política econômica". "As perspectivas para 2017, se não houver uma urgente mudança de rumo, são de outro ano sem crescimento. Mais do que amargar quatro anos perdidos, isso significaria a maior recessão da história do País, com seus dramáticos efeitos", diz Andrade. "O governo não demonstra capacidade para melhorar o ambiente de negócios, elaborar uma política econômica apropriada, e propor ações para fazer o Brasil retomar a trajetória do crescimento e do progresso."

A carta da CNI foi enviada um dia antes de Dilma elogiar a postura da confederação, que até então representava um contraponto à Fiesp, claramente favorável ao impeachment.Nesta quarta, a presidente afirmou que a relação com a CNI é uma das melhores porque a entidade "tem transformado o uso da arrecadação do Sistema S em educação, pesquisa e inovação".

Em sua nota pública, a CNT também expõe as razões pelas quais decidiu apoiar o impedimento da presidente: "A incapacidade da presidente e do seu governo em solucionar a grave crise econômica que assola o País, com reflexos danosos ao setor transportador brasileiro e empregos; a incapacidade da presidente e do seu governo em promover melhorias na infraestrutura, notadamente na área rodoviária; a incapacidade da presidente e do seu governo na articulação política com o Congresso Nacional e, com isso, sem base de apoio, perdendo a autoridade para liderar o processo de reformas necessárias ao desenvolvimento do País; e a incapacidade da presidente e do seu governo em transmitir confiança e atrair investimentos nacionais e estrangeiros, essenciais para a retomada do crescimento do país, gerando insegurança jurídica." 

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