Indústria de turismo pede mudança em novela da Globo

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Por Agencia Estado
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Na novela "Em Laços de Família", de Manoel Carlos exibida pela Rede Globo de Televisão, em 2000, a personagem de Lília Cabral morria, vítima de bala perdida, durante a perseguição da polícia a um assaltante nas ruas do Rio de Janeiro. É uma cena que se repete quase que diariamente na vida real da cidade. Mas, na ficção, só três anos depois, uma segunda vítima de bala perdida deverá será "morta" pelo mesmo Manoel Carlos", na novela "Mulheres Apaixonadas". Associações de bairro (Leblon), de hotéis e turismo, no entanto, resolveram se manifestar. Não por pena de Fernanda, personagem de Vanessa Gerbelli, que está com os dias contados na história. Ela pode até morrer, alegam profissionais do turismo local, desde que não seja de bala perdida. Dizem que o episódio traria enormes danos para seus negócios, mesmo porque as novelas da Globo são exportadas para mais de uma dúzia de países. Nem vale a pena discutir se as manifestações interferem no processo de criação da novela, porque isso faz parte do jogo a que um autor de novelas está habituado. A questão é crer que esse tipo de cena já se tornou banal nos noticiários e que a ficção, a cena de mentirinha, parece incomodar muito mais. Esta, sim, fere a imagem da cidade e os negócios. A lembrar: o Jornal Nacional - que, como toda a imprensa nacional acompanhou diariamente o caso da estudante Luciana Gonçalves de Novaes, baleada dentro da Universidade Estácio de Sá - é visto em mais de 20 países pelo canal da Globo Internacional. E, para o turista, tanto faz se a bala se perdeu no Leblon ou no bairro do Rio Comprido: é a mesma cidade. A ficção bem que poderia ajudar a não piorar essa imagem, é verdade, mas não é possível culpar a ficção pelas mazelas causadas ao turismo local. Em tempo: a morte de Fernanda ainda não foi gravada. O autor tem dito que não pretende alterar esse desfecho, mas que nunca diz que jamais mudará de idéia.

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